Apesar da maioria dos 43 arguidos ter sido absolvida ou tido a pena suspensa no final de um julgamento em que esteve em causa uma burla na compra de 70 carros na internet, um grupo de familiares protestou à porta do Tribunal, alegando que a decisão foi “discriminatória”. E que terá havido “racismo”, já que – diziam – o coletivo de juízes deixou em liberdade os arguidos não-ciganos, tendo apenas determinado penas de prisão efetiva para os desta etnia.
Uma acusação que não colhe no interior do Tribunal, que a desvaloriza, já que, dentre os seis que foram absolvidos e os 29 condenados com penas suspensas, há muitos dessa etnia, estando fora de hipótese que os magistrados atuem com motivações racistas. Um deles, de apelido Soares, com os nervos à flor da pele por ter sido condenado a sete anos e seis meses, disse aos jornalistas não entender a decisão judicial, já que apenas lhe apanharam 40 euros quando foi detido.
E, depois de várias críticas ao Tribunal, anunciou que vai recorrer para o Tribunal da Relação de Guimarães.
Só que, e ao contrário do que afirmou, foram vários os crimes porque foi sentenciado, nada tendo os 40 euros a ver com o caso.
Isto porque a PSP/Braga conseguiu arranjar provas para incriminar 45, número que, depois, por razões várias, desceu para 43. A Polícia fez escutas telefónicas e vigilâncias presenciais. E o Tribunal obteve a confissão de alguns implicados.
Esta sexta-feira, e conforme O MINHO noticiou, o Tribunal Coletivo de Braga condenou oito arguidos, a penas de prisão efetivas, a maior delas, de 12 anos. Que foram julgados por recorrerem a cheques furtados e assinaturas falsificadas, para enganarem os vendedores de 70 automóveis, que valiam mais de dois milhões de euros.