Os 80 trabalhadores da empresa de calçado Sinovir, em Famalicão, que fechou em outubro passado, ainda não receberam os documentos para pedirem o subsídio de desemprego. Mantêm-se vinculados à empresa, impedidos portanto de ir para outro emprego, mas sem receber salário.
A situação foi denunciada pelo Bloco de Esquerda, que questionou o Governo sobre o assunto.
Como O MINHO noticiou, a Sinovir, Sociedade Industrial de Calçados Rodrigues, Lda. Situada em Novais, Famalicão, fechou após 30 anos de atividade.
A empresa alegou que começou a sentir dificuldades depois da pandemia de covid-19, com consequente quebra de encomendas.
“Acabou por pedir a insolvência e fechou portas no final de setembro”, referiu fonte do Sindicato do Calçado, Malas e Afins, Componentes, Formas e Curtumes do Minho e Trás-os-Montes, acrescentando que a empresa “deixou tudo pago” aos trabalhadores.
Os trabalhadores aguardavam que lhes fosse facultada a documentação necessária para poderem pedir o subsídio de desemprego. O que não aconteceu.
“Acontece que há ordenados em atraso e não lhes foram entregues os documentos para poderem requerer o subsídio de desemprego”, denuncia o Bloco de Esquerda.
O partido vinca que “esta situação está a causar muita instabilidade às trabalhadoras, devido aos ordenados em atraso, a não terem qualquer apoio social e não poderem procurar novos empregos por estarem ainda formalmente vinculadas à empresa Sinovir”.
“O Bloco de Esquerda está solidário com estas trabalhadoras e considera que é preciso que haja uma intervenção do Governo, de forma a garantir todos os direitos das trabalhadoras”, pode ler-se no documento assinado pelo deputado José Soeiro.
O partido questionou se o Governo “tem conhecimento da situação e que medidas está a tomar, ou pensa vir a tomar, de modo a garantir o cumprimento da lei nesta empresa”.