A câmara de Famalicão anunciou esta segunda-feira que o Centro de Estudos Camilianos, projeto de Siza Vieira, vai ganhar “em breve” uma entrada “mais ampla, mais digna e mais bela”, terminando com um “conflito” que se arrasta há 15 anos.
“Este é o culminar de um processo que se arrasta desde 2000. São cerca de 15 anos de um conflito que nós não desejávamos e que logo que foi possível encontrámos uma solução”, lê-se em nota remetida pela autarquia de Famalicão que cita o presidente Paulo Cunha.
Em causa está um espaço contíguo ao Centro de Estudos Camilianos S. Miguel de Seide, um espaço museológico e de investigação dedicado à obra do romancista Camilo Castelo Branco, que estava ocupado pela Associação Desportiva e Recreativa de Seide S. Miguel (ADERE).
A entrada para o Centro de Estudos Camilianos era provisória, mas com a “libertação” do espaço, a câmara de Famalicão diz conseguir “retomar” e “concluir” o projeto original e criar as “condições de dignidade que o espaço merece”.
O objetivo é criar em S. Miguel de Seide “um ambiente verdadeiramente camiliano, numa homenagem ao romancista que ali viveu e escreveu grande parte da sua obra” com Paulo Cunha a sublinhar a “disponibilidade da ADERE para deixar de lado as questões que são periféricas e colocar no centro questões que são essenciais”.
Fonte autárquica adiantou que a obra da nova entrada arrancará até ao final do ano.
O projeto do arquiteto Siza Vieira contemplava, para além da construção do Centro de Estudos, a valorização do espaço camiliano, com o arranjo urbanístico do Largo de Camilo, construção do Centro Social e Paroquial, requalificação da igreja paroquial e adaptação da Casa do Nuno – residência do filho de Camilo Castelo Branco, onde o escritor chegou a habitar numa fase final da sua vida – a sede da Junta de Freguesia.
A par deste anúncio, a câmara de Famalicão confirmou que vai candidatar aos fundos comunitários do Portugal 2020 uma intervenção na Casa do Caseiro e a criação de uma Quinta Pedagógica nos terrenos envolventes à Casa-Museu de Camilo.
O projeto envolve um investimento a rondar os 250 mil euros e conta com o apoio da Direção Regional de Cultura do Norte.
“[Será] mais uma ferramenta ao serviço da educação e da comunidade”, disse o presidente da câmara, reforçando que o trabalho desta autarquia em torno da obra de Camilo Castelo Branco visa “fortalecer e robustecer a memória camiliana, tornando-a numa influência boa no desenvolvimento de competências e qualificações”.