Pedro Carreira, CEO da Continental em Portugal, fabricante alemã de pneus com sede em Lousado, Famalicão, adiantou que as tarifas impostas pelos Estados Unidos da América aos produtos europeus não vão afetar a produção da unidade minhota, pelo menos nos próximos anos.
Para o responsável português, os Estados Unidos não conseguem, de um momento para o outro, criar uma indústria de produção de pneus para substituir a empresa de Famalicão. “Uma empresa nova demora 4 a 5 anos a montar, até lá, alguém vai continuar a comprar os mesmos pneus, com os impostos em cima”, disse.
A exportar cerca de 17% para os Estados Unidos, a Continental de Lousado produz com três meses de antecedência, e ainda não houve qualquer informação para que a produção venha a diminuir, garantiu, em declarações à rádio Antena 1.
A Continental é a terceira maior empresa do país a exportar para o país governado por Donald Trump.
Quanto às tarifas, e as suas motivações, “entendemos todos”, diz o CEO, mas “se é a forma correta de fazer, cada um terá a sua visão das consequências”.
O que, para o CEO, é certo, é que “enquanto continuarem a produzir os carros”, a Continental de Lousado continuará a “enviar pneus”, mas “se o mercado desaparecer”, a solução é “arranjar outro”, embora admita que “de repente colocar 17% noutro país de um dia para o outro” também não é fácil, “ou seja, teria de repensar estratégia e dimensão”.
