As obras de recuperação e valorização hidrográfica da Bacia do Ave, em Vila Nova de Famalicão, arrancaram hoje e estarão concluídas no final do ano, devolvendo à população mais 20 quilómetros de zonas ribeirinhas “como novas”, anunciou o município.
Em comunicado, o município acrescenta que o primeiro rio a ser intervencionado é o Pelhe, mas, entretanto, os trabalhos vão também chegar aos rios Ave e Guisande e ao ribeiro de Beleco, em Ribeirão.
“Vamos criar percursos pedonais, plantar mais de 10 mil árvores nas zonas ribeirinhas, tratar dos rios, renaturalizando-os, ou seja, estamos a olhar para os nossos rios para que possamos devolver este património natural tão importante aos famalicenses”, disse o presidente da Câmara, Mário Passos.
O projeto prevê a renaturalização de ribeiras em espaço urbano, sobretudo com a estabilização do seu leito, bem como a estabilização das margens e a beneficiação de habitats para espécies ribeirinhas em domínio hídrico.
A melhoria das condições de escoamento e desobstrução da rede hidrográfica, a mitigação dos efeitos das cheias, a reabilitação de infraestruturas degradadas, a contenção de espécies invasoras e o reforço dos sistemas de monitorização da qualidade da água são outros dos objetivos.
Citado no comunicado, o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), José Pimenta Machado, afirmou tratar-se de um projeto “muito ambicioso, mas também muito importante”.
O representante da APA lembrou ainda que “mais gente a desfrutar das zonas ribeirinhas é também sinónimo de mais gente a vigiar e a cuidar dos rios”.
A esse propósito, Mário Passos acrescentou ainda que a Câmara e a APA estão a desenvolver esforços para que haja uma maior vigilância dos rios que atravessam o concelho.
A intervenção resulta de uma candidatura no valor de 1,2 milhões de euros e abrange uma extensão total de cerca de 20 quilómetros, atravessando zonas agrícolas e florestais e aglomerados urbanos, com incidência nas freguesias de Ribeirão, Fradelos, Lousado e uniões de freguesias de Vila Nova de Famalicão e Calendário, Esmeriz e Cabeçudos e Arnoso e Sezures.
A candidatura foi apresentada em parceria com a APA e é financiada pelo Portugal 2020, no âmbito do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020).