Declarações após o encontro Portimonense-Moreirense (1-0), da 31.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje no Estádio Municipal de Portimão:
– Ricardo Sá Pinto (treinador do Moreirense): “Faltou tudo. Fiquei muito dececionado com o nosso jogo, não estava à espera de uma prestação assim.
A nível defensivo, fomos muito permissivos, não fomos aquela equipa guerreira, com alma, organizada, que quer ficar na I Liga, que sabia o que era jogar este jogo, que era mais do que uma final.
Não consigo entender. Provavelmente foi culpa minha, que não os soube motivar, apesar de achar que, para este jogo, não é preciso motivar a equipa, porque eles têm demonstrado carácter e coisas boas. Hoje não fomos a equipa de que estava à espera e fiquei dececionado principalmente com isso, com o comportamento.
Com bola, estivemos muito intranquilos, nunca soubemos ligar bem o jogo, ter calma, descobrir os melhores espaços para desequilibrar o adversário.
A primeira parte foi muito má, da nossa parte. Na segunda, melhorámos, com algumas alterações, mas não é fácil parar uma equipa como o Portimonense, com jogo direto e três jogadores na frente com qualidade, rápidos e fortes, mais o Nakajima entrelinhas.
No cômputo geral, não fizemos o suficiente para merecer outro resultado, com muita tristeza minha. Custa-me muito, porque sou o primeiro a defender a equipa, mas provavelmente a culpa foi minha, porque não os soube motivar ou fazer tudo o que precisavam para podermos ganhar ou, pelo menos, pontuar.
Estou logicamente dececionado. Se tiver que dar os parabéns porque fizemos tudo e o adversário foi mais forte, teria que dar os parabéns e só estaria triste com o resultado. Mas hoje estou triste por muitas mais coisas.
Recentemente, não era o que estava a acontecer e isso deixa-me muito abatido. Não podemos fazer mais isto. Até ao final, temos mais três jogos em que temos possibilidade de nos manter na I Liga e temos de mostrar muito mais do que o que mostrámos hoje. Não podemos ser tão irregulares.
Foi o que foi, temos de encarar isto de frente. É a realidade. Já demos a volta noutras alturas e vamos ter de voltar a fazê-lo. Temos de devolver aos nossos adeptos no próximo jogo os três pontos que eles mereciam ter ganhado neste. Temos de lhes dar isso no próximo jogo, seja como for, porque é determinante e fundamental para o nosso trajeto.
Não foi possível termos um resultado positivo, o grande responsável sou eu. Ponto final, parágrafo!.
– Pedro Sá (jogador do Portimonense): “Foi uma vitória muito importante, em nossa casa. Sabíamos da importância que este jogo tinha para nós, para a temporada toda. Na minha opinião, demos uma machadada final na nossa permanência, que era, sem dúvida, o nosso principal objetivo para este ano.
Tivemos uma atitude muito positiva desde início. Entrámos muito fortes, chegámos à vantagem e, na segunda parte, tivemos muitas oportunidades para ‘matar’ o jogo, fazer o 3-0 até. É futebol, quando não fazemos golo nessas oportunidades, num momento de distração ou mérito do adversário, este pode chegar ao empate e complicar o jogo. Temos de ter mais cabeça fria nesses lances.
Controlámos o jogo do início ao fim. O Moreirense estava numa situação complicada – nós estivemos assim nas últimas épocas e sabemos o ‘sufoco’ que é – e nós abordámos bem esse lado emocional do jogo. Nas oportunidades falhadas, foi mais a nossa falta de discernimento e o cansaço a falar mais alto.
É um sentimento de muita felicidade [garantir a manutenção]. Desde que estou aqui, há cinco ou seis anos, foi a época em que decidimos isto o mais cedo possível. Principalmente nas duas últimas épocas, foi muito desgastante a nível emocional.
A equipa abordou este jogo muito bem. Resolver esta situação a três jogos do fim, é dar os parabéns a todos os jogadores, a toda a equipa técnica, a toda a direção, que nos deram todas as condições, ao longo da época, para que isto acontecesse.
Temos de ser sinceros. Fizemos uma excelente primeira volta, não há que escondê-lo, e uma péssima segunda volta. Apesar de termos garantido a manutenção, o principal objetivo, a três jogos do fim, fica sempre aquele sabor um bocado amargo.
Virámos o campeonato com recorde de pontos e uma série de erros causou uma longa série de jogos sem vencer. Mal virou o campeonato, entre nós falámos que era possível [lutar por outros objetivos]. Mas não chegou a ser possível.”