Declarações após o Vizela – Arouca (0-1), jogo da 12.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio do Futebol Clube de Vizela:
– Álvaro Pacheco (treinador do Vizela): “Mais uma vez, cometemos um pequeno erro que nos deu o golo [sofrido]. O golo condicionou o jogo todo, mas, pelo que fizemos ao longo de 90+5 minutos, o resultado foi injusto. Fizemos 26 remates contra seis do nosso adversário. Dominámos todos os aspetos estatísticos. O nosso adversário teve a felicidade de fazer o golo cedo e sentiu-se confortável durante o jogo, mas o Vizela criou oportunidades.
Faltou-nos, no último terço, ser mais eficazes. Faltou-nos discernimento e tranquilidade no último terço, mas a equipa teve crença. Não temos o nível classificativo que dar-nos-ia tranquilidade. Mas reagir às contrariedades é uma imagem de marca do Vizela.
O facto de sofrermos o golo aos três minutos deixa uma equipa intranquila. Quando o jogo não está a correr da forma que pretendíamos, não desvirtuámos o nosso jogo e jogámos com mais coração do que com cabeça. Nunca deixámos de tentar combinações e de ter gente para atacar. Faltou-nos serenidade. Para as coisas acontecerem, temos de estar focados naquilo que controlamos.
O [Friday] Etim entrou bem. O [Alexander] Schmidt é um jogador de ligações e teve momentos em que deu fluidez no último terço. Faltou-nos melhorar a finalização. A equipa estava a ter caudal ofensivo. Quando o Arouca já só defendia, coloquei o Etim, um jogador mais fresco, que ainda não compreende tão bem o jogo ao nível das ligações. Coloquei-o apenas para finalizar. Não podemos procurar culpados.
Ainda bem que [o próximo jogo, com o Vitória SC, para a Taça de Portugal] é já na quarta-feira. Vai haver oportunidades para outros jogadores mostrarem o nível em que estão”.
– Armando Evangelista (treinador do Arouca): “Foi um jogo difícil. Sabíamos que este jogo seria muito difícil. Foi preciso muito ‘sangue frio’ para jogar os 90 minutos com um golo [marcado] muito cedo. Sabíamos que o Vizela iria carregar muito. Nuns momentos, tivemos capacidade para defender com bola e não dar espaço ao adversário para ‘carregar’ e colocar bolas longas na área. Houve um período em que o Vizela nos obrigou a defender mais ‘baixos’. Pela forma como gerimos a bola, penso que o resultado se ajusta. Houve períodos em que poderíamos ter sido mais audazes e mais ambiciosos. Os meus jogadores estão de parabéns pelo que fizeram.
Ao fim da 12.ª jornada, com 19 pontos, não podemos alterar os objetivos traçados no início da época, até porque nesta fase ninguém é campeão, ninguém vai à Europa, ninguém desce de divisão. Os objetivos mantêm-se intactos. Mantemos os pés no chão. Este é um campeonato extremamente difícil. Estamos numa fase de que nos orgulhamos, mas não vamos ganhar os jogos todos e há que saber lidar com a fase menos positiva.
O período de pré-época foi mais alargado neste ano do que no ano passado, em que tivemos o ‘play-off’ [de acesso à I Liga, com o Rio Ave]. Não tendo uma equipa melhor, nem pior, temos uma equipa mais equilibrada [face à época passada, em que o Arouca era nono classificado, com 13 pontos]. Com o castigo do Alan [Ruiz], colocámos o Sylla e não se deu pela falta do Alan. Este equilíbrio permite-nos olhar para os jogos de outra forma [em relação a 2021/22]”.