Declarações dos treinadores após o Vizela – Sporting (0-2), jogo da 18.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Vizela:
Álvaro Pacheco (treinador do Vizela): “Faltou-nos a eficácia que o Sporting teve. Entrámos muito fortes e queríamos fazer um golo. Queríamos passar para a frente do marcador. Num erro na primeira fase de construção, o Sporting cria a primeira oportunidade e faz o golo. O Sporting nunca esteve confortável em todo o jogo. Foi muito eficaz na primeira parte.
Na segunda parte, queríamos continuar focados no nosso jogo e na nossa coesão defensiva. Queríamos criar oportunidades e marcar um golo, para fazer o Sporting ‘abanar’. Nunca deixámos o Sporting tranquilo no jogo e lutámos até ao fim. Não conseguimos reentrar no jogo, mas tudo isto seria alterado se o Coates fosse expulso ao minuto três ou ao minuto quatro [por falta sobre Schettine]. Já tive jogadores expulsos dessa forma. Dou os parabéns aos meus jogadores pela forma como estiveram ao longo dos 90 minutos.
Não temos podido treinar [devido às infeções pelo novo coronavírus]. O Aidara não treinou e entrou em jogo, tal como o Nuno Moreira e o Kiko Bondoso. Além das infeções, temos tido uma sequência de jogos intensa e não conseguimos treinar. Mas o Vizela está a criar oportunidades. Conseguiu-o contra o FC Porto e o Sporting. Parafraseando o Cristiano Ronaldo, os golos são como o ‘ketchup’, e, quando começarem a entrar, vão ser muitos.
Retirámos o espaço interior ao Sporting. A nossa forma de pressionar causou-lhes mais dificuldades. Após o intervalo, a perder por 2-0, precisávamos de jogadores com critério ofensivo e golo. O Cassiano [que entrou] não é tão forte defensivamente como o [Francis] Cann, mas precisávamos de um jogador mais ofensivo.
O [treinador do Sporting] Rúben [Amorim] falou muito bem [sobre a confusão no final do jogo]. Eu quis tirar os meus jogadores do campo e pedi aos jogadores do Sporting para se acalmarem. O futebol não precisa de nada disso, ainda para mais quando o jogo foi tão bonito e emotivo. O Sporting nunca desistiu do terceiro golo e nós não desistimos de um resultado melhor”.
Rúben Amorim (treinador do Sporting): “Os primeiros 10 minutos foram algo confusos para nós e deixaram a defesa intranquila. Não conseguimos ‘empurrar’ o Vizela como o fizemos depois dos 10 minutos. Não usámos a largura e quando não temos bola sofremos um bocadinho. Depois começámos a criar oportunidades. O Paulinho teve espaço para receber e depois chegámos ao golo com naturalidade, com boas jogadas. Quando o Paulinho falhou uma oportunidade clara, estávamos numa boa fase. Fomos para o intervalo com uma vantagem justa.
Na segunda parte, tivemos mais posse de bola, mas temos de ser mais incisivos. Deveríamos ter marcado o terceiro e o quarto golo, mas a equipa tem de crescer nesse aspeto. Na fase final, resolvemos complicar um bocadinho, e o Vizela teve algumas saídas para o ataque. A equipa voltou à sua identidade.
Em relação ao regresso aos golos do Pedro Gonçalves [após seis jogos sem marcar para o campeonato], o mais importante é a equipa ganhar e como ele jogou. É um jogador cheio de confiança, e toda a equipa foi mais agressiva do que no último jogo.
Um jogador tem de se aguentar [em referência a Nuno Santos, acerca da confusão no final do jogo]. Temos muitas regalias na vida. Há jogadores que aguentam mais e outros que aguentam menos. Houve expulsões que não deveriam acontecer, mas não podíamos deixar o Nuno [Santos] sozinho, tendo ele razão ou não. Em princípio, não teve, mas temos de proteger os nossos. Depois houve um exagero de cartões. Talvez tenha sido a melhor forma de proteger os bancos. O Nuno [Santos] tem de se saber controlar.
Se olharmos para o calendário, há muito campeonato. Temos de olhar para o Braga e vencer o jogo [da 19.ª jornada]. O campeonato tem boas equipa e bons treinadores. Se as equipas ‘grandes’ não tiverem um nível alto, vão sofrer. O Braga é sempre uma equipa muito difícil. Se começarmos a olhar mais à frente, vamos ficar piores.
No primeiro jogo do campeonato, o Vizela deixou muito espaço exterior e o espaço interior estava muito povoado. O Dani [Bragança] anda sempre no máximo. Viu-se como carrega a bola e faz passes por fora e por dentro. Fez um grande jogo, mas não quer dizer que seja titular no próximo.
Vi uma equipa muito intensa. A [exibição] quanto baste tem a ver com a vantagem de 2-0. Controlamos muito bem os jogos. Por isso é que não sofremos tantos golos [como as outras equipas do campeonato]. O FC Porto e o Benfica marcam muitos golos. Temos de trabalhar essa questão, sem abdicarmos de controlar os jogos”.