“Falta-nos ter mais serenidade e tranquilidade no momento da decisão”

Rui Pedro Silva

Declarações dos treinadores de Portimonense, Paulo Sérgio, e Famalicão, Rui Pedro Silva, após o jogo da quinta jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje no Estádio Municipal de Portimão e que terminou com a vitória dos anfitriões, por 1-0:

– Rui Pedro Silva (Treinador do Famalicão): “Uma primeira parte em que entrámos fortes no jogo, a conseguir controlar muitas das situações que o Portimonense nos podia criar. Faltou-nos, na primeira parte, tomar melhores decisões no último terço.

Na segunda parte, conseguimos entrar ainda melhor do que na primeira e temos logo uma oportunidade clara para fazer o golo. Este foi um jogo muito equilibrado e ficou claro que a equipa que marcasse primeiro iria ganhar o jogo. Foi o caso do Portimonense, que aproveitou a oportunidade que teve para concretizar. A nós, falta-nos ter mais serenidade e tranquilidade no momento da decisão.

O Portimonense teve mérito, depois de ter adquirido a vantagem, na forma como controlou o jogo e nos retirou espaços e oportunidades de golo. Era o momento de jogo em que estávamos mais cansados e esse discernimento acaba por faltar.

A decisão do jogo não esteve nessa parte, esteve antes e acho que, por por demérito nosso, não saímos daqui do Algarve com pontos.

Claro que preocupa não estarmos a concretizar as oportunidades que criamos. Espero que seja como o ‘ketchup’ e possa sair já na próxima jornada. Preocupava-me ainda mais se não tivéssemos 13 ou 14 remates, ou seja, se não estivéssemos a criar oportunidades. Tenho de trabalhar e, juntamente com os atletas, perceber o que nos está a faltar no último terço para concretizar estas chegadas à área contrária”.

– Paulo Sérgio (Treinador do Portimonense): “A vitória deu muito trabalho. Foi um jogo muito equilibrado. Temos duas bolas nos ferros e mais uma ou outra ocasião, que nos podiam serenar depois do 1-0. Foi um jogo sempre em aberto, muito difícil, porque o Famalicão tem jogadores com muita qualidade e veio disposto a jogar. Sabemos bem quão difícil a vitória foi.

O nosso rigor sem bola foi fundamental, tal como a nossa coragem de tentar impedir o Famalicão construir, pressionando muito alto – quem pressiona muito alto corre o dobro, não tenho dúvidas. Isto sai do corpo, mas a semana é preparada para que assim seja.

É uma vitória da coragem, do trabalho, da humildade e da qualidade. Os miúdos têm qualidade, mas precisam de tempo para fazer as coisas de uma forma mais segura. Isto numa semana em que perdemos dois jogadores importantes [Samuel Portugal e Willyan], o Rochéz faz o primeiro jogo [a titular] passado meses, devido a lesão, tal como o Klismahn, além dos miúdos que temos tirado dos sub-23.

É um processo de constante renovação. Isto não é ‘estalar o dedo’, há que dar tempo e perceber a nossa realidade. Felizmente, estamos a fazê-lo com muito trabalho e muita coragem, porque jogamos com os olhos na baliza contrária. Tenho de felicitar os jogadores pela entrega, entreajuda e querer ganhar, e é por isso que a vitória lhes assenta tão bem.

[Quatro vitórias seguidas] Não vale a pena falar disso. É um facto, mas falar disso é começar a levantar voo e eu não quero. Quero os pés bem assentes no chão. Não vamos entrar nesse tipo de euforias. Quatro vitórias é excelente, não podia ser melhor, mas é precisa muita serenidade, porque sei bem quanto nos custaram essas vitórias e, se começarmos a falar dessa forma, pode perder-se o foco do que é essencial.

O essencial é a nossa coragem e determinação, que me orgulha. Uma equipa superjovem, com um recrutamento nos sub-23 e divisões secundárias, que contrasta com o ‘scout’ dos nossos oponentes, que pagam e compram jogadores já formados. As nossas vitórias dão muito trabalho e no dia em que o grupo perder essa humildade, as coisas podem ficar mais difíceis”.

 
Total
0
Partilhas
Artigos Relacionados