O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) deteve, em Braga, um homem suspeito de crimes de auxílio à imigração ilegal, burla qualificada e falsificação de documentos, anunciou hoje aquela polícia.
Segundo o Jornal de Notícias, trata-se de um suposto agente de futebol que também se apresentaria como recrutador ao serviço de clubes portugueses, chamado Luís Gonzaga, de 47 anos e nacionalidade angolana.
É suspeito de aliciar e burlar jovens promessas do futebol, sobretudo de Angola e do Brasil, disse hoje fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) à Lusa.
Segundo a fonte, os jovens viriam para Portugal com a promessa de que jogariam em determinados clubes, mas no fundo tinham apenas a oportunidade de se “mostrarem”, em treinos.
Os que agradassem ficavam, os outros seriam “abandonados à sua sorte”.
De acordo com o JN, o agente, que chegou a jogar no Vitória SC há cerca de 20 anos, abordava os jovens alegando ter contactos privilegiados em clubes como o Famalicão, Ribeirão, Trofense, Varzim ou Amares. Ainda de acordo com aquele jornal, as sociedades desportivas nem saberiam das condições em que os jovens tinham sido trazidos.
Iludidos pelo sonho de se tornarem estrelas da bola em Portugal, os jovens, entre os 14 e os 21 anos, acabavam por viajar para Portugal.
O suspeito terá ainda conseguido pagamentos de alguns jogadores a troco de falsas promessas de contratos.
De acordo com a fonte do SEF, o suspeito usaria documentos “forjados”, em nome de alguns clubes, sobretudo dos distritos de Braga e do Porto, para facilitar a entrada dos jovens em Portugal.
Em causa estão jovens essencialmente entre os 18 e os 21 anos, mas também haverá alguns mais novos.
A investigação estava em curso desde 2020, tendo na quinta-feira sido dado cumprimento a dois mandados de busca, uma em domicílio e a outra numa empresa.
“Foi apreendida documentação que poderá corroborar a prova já existente no processo”, refere um comunicado do SEF.
O suspeito foi presente ao Tribunal de Instrução Criminal de Guimarães, que lhe aplicou as medidas de coação de apresentações periódicas semanais em posto policial, proibição de saída de território nacional com entrega de passaporte ao tribunal e proibição de contactos com outros suspeitos.
O tribunal fixou ainda a entrega de 5.000 euros, a título de caução.
A operação foi desenvolvida por onze inspetores do SEF.
Segundo fonte do SEF, a investigação vai continuar.
Notícia atualizada às 13h06 com mais informação.