Uma testemunha do processo que envolve um casal de Fafe, acusado de burlar várias pessoas num total de cerca de meio milhão de euros, disse hoje no Tribunal de Guimarães que emprestou-lhes 58 mil euros e acabou por ter de contrair um empréstimo para acabar de pagar a própria casa, pois nunca mais viu o dinheiro.
De acordo com o Jornal de Notícias, que assistiu à sessão de julgamento na quinta-feira, a testemunha José Barros contou ao juiz que emprestou aquela quantia em diversas tranches, depois do pai do arguido ter dito que o filho, que era militar da GNR, ia preso se não recolhesse esse dinheiro.
Depois, pai e filho terão dito à testemunha que o dinheiro serviria para desbloquear uma quantia de 289 mil euros que teriam no banco. “Não pagaram nada”, disse José Barros, citado pelo JN, contando que efetuou um crédito de 10 mil euros para pagar a sua casa.
Os arguidos estão acusados de gastar, entre 2016 e 2019, cerca de meio milhão de euros em carros e roupas de luxo, viagens e restaurantes, tudo com dinheiro de pessoas burladas.
De acordo com a acusação, o militar é suspeito de, em conjunto com o pai e a esposa, burlarem em centenas de milhares de euros vários habitantes da região de Fafe e Basto, nos distritos de Braga e Vila Real.
O pai do militar, fruto de ter conquistado a confiança, ao longo de anos, de várias pessoas da terra face à sua profissão de motorista de autocarros, pedia dinheiro emprestado, aludindo que o filho estaria com problemas na justiça, mas acabava por não devolver o dinheiro.
Foram detidos no final de novembro de 2019, em Fafe, depois de um investigação que decorria, pelo menos, desde 2018, quando o militar se terá envolvido numa rixa, à porta de uma pastelaria, no centro daquela cidade.