Face ao risco de doenças e morte, delegado de saúde de Braga alerta para onda de calor

“A saúde em perigo”

Face ao alerta amarelo e às temperaturas elevadas esperadas, pelo menos, até domingo, o delegado de saúde dos agrupamentos de saúde Cávado I (Braga) João Manuel Cruz, tendo como base o Plano de Contingência Regional Saúde Sazonal – Módulo Verão 2022, elaborou alguma informação, à qual O MINHO se associa, de forma a divulgar os riscos a evitar durante este período.

Os níveis de risco definidos para o concelho de Braga para os próximos dias 08 a 10 de julho são de alerta amarelo, prevendo-se efeitos significativos na morbilidade e mortalidade, salienta o clínico.

Creches

Os bebés e as crianças correm um maior risco de desidratação rápida com o calor, pois normalmente necessitam de ajuda para satisfazer as suas necessidades hídricas.

Sinais de Alerta:

Febre; Cor anormal de pele; Sonolência ou agitação atípica; Sede intensa e/ou perda de peso; Perturbação do estado de consciência; Recusa ou impossibilidade de beber.

Ações a Desenvolver: 

Colocar a criança numa divisão fresca, dar-lhe imediatamente e regularmente líquidos, se a criança estiver consciente, fazer baixar a febre através de um banho com água 1 ou 2ºC abaixo da temperatura corporal e contactar o serviço Saúde 24 – 808 24 24 24 ou o Número Nacional de Socorro – 112.´

Medidas Gerais de Prevenção:

Edifício: 

Verificar o bom funcionamento do sistema de ar condicionado e garantir a sua manutenção; Fechar janelas e respectivos meios de protecção, particularmente das fachadas mais expostas ao sol; Minimizar a entrada de ar quente no edifício, mantendo as portas exteriores abertas o mínimo tempo possível, enquanto a temperatura externa for superior à que se verifica dentro do edifício; Privilegiar os espaços protegidos e frescos; Colocar termómetros nas salas para avaliar a temperatura ambiente. Se estiver calor no interior do edifício, deixar os bebés e crianças com vestuário leve, principalmente durante o sono.

Alimentação:

Assegurar o aprovisionamento de água e fazer com que os bebés e crianças a bebam regularmente para além daquela que bebem no seu regime alimentar habitual; Providenciar refeições leves e frequentes com frutas, legumes crus e sopa; Acautelar as condições de armazenamento e conservação dos alimentos.

Utentes/Vigilância:

Evitar actividades físicas e saídas durante as horas de maior calor, evitando exposição solar entre as 11 e as 17 horas; Planificar a ingestão de água em intervalos regulares, identificando sobretudo as crianças que não possuem autonomia suficiente para ingerir líquidos; Vestir roupas largas e frescas aos utentes, preferencialmente de algodão; Em caso de saída, evitar partes expostas de pele, não esquecer o chapéu e óculos de sol, utilizar de forma abundante e regularmente um protector solar com factor de protecção elevado (igual ou superior a 30).

Quando existir transporte de crianças, ter atenção para não as manter muito tempo dentro dos veículos.

Desportistas

A prática regular e moderada da actividade física pode trazer benefícios substanciais para a saúde da população. Contudo, nos meses de verão, em que esta prática ocorre mais frequentemente no exterior, o aumento das temperaturas e dos níveis de alguns poluentes pode tornar a atividade física mais extenuante, aumentando os seus riscos.

Sinais de Alerta:

Grande fraqueza e/ou grande fadiga; Tonturas, vertigens, perturbações da consciência, convulsões; Náuseas, vómitos, diarreia; Cãibras musculares; Temperatura corporal elevada; Pressão sanguínea baixa no final do exercício (exaustão pelo calor).

Ações a Desenvolver:

Remover a pessoa do local onde está a praticar exercício; Deitá-la num local fresco; Levantar as pernas para aumentar a pressão sanguínea; Remover excesso de roupa; Arrefecer o corpo molhando a pele e ventilando vigorosamente; Dar água a beber, se a pessoa estiver consciente; Não utilizar aspirina ou paracetamol; Contactar o serviço Saúde 24 – 808 24 24 24 ou o Número Nacional de Socorro – 112.

Medidas Gerais de Prevenção:

Aclimatizar o corpo de forma adequada: A exposição do corpo ao calor deve ser feita de forma regular, em geral esta adaptação demora 2 a 3 semanas até estar concluída. Ajustar a intensidade do treino e da competição à condições ambientais

Hora da atividade física:

Os horários de treino devem evitar as horas mais quentes do dia (entre as 11 e as 17h). Se for necessário treinar nestas horas, deve-se reforçar a ingestão de água. Conhecer o percurso, as condições climatéricas e a qualidade do ar: O exercício físico deve ser realizado preferencialmente em percursos com sombras, evitando a constante exposição à luz solar.

Vestuário:

A roupa deve ser leve e facilitar a perda de calor. O calçado também deve permitir a perda de calor e deve ter bom isolamento ao nível da sola.

Bebidas/Alimentação:

O atleta deve beber cerca de 2 copos de água 2 horas antes do exercício e durante cada 15/20 minutos. Deve ser evitada a ingestão de mais de 2 litros de água antes da prática de actividade física. Quando o exercício for de intensidade elevada, e tiver uma duração igual ou maior a 60 minutos devem ser ingeridos 2 a 3 copos de água ou bebida desportiva, por hora; Ao terminar a prática desportiva deve ser compensado o défice de água; Comer regularmente, 5 a 6 refeições por dia, com grandes quantidades de frutas e vegetais.

Proteção solar:

Utilizar sempre protector solar com factor de protecção igual ou superior a 30 e renovar a sua aplicação.

População idosa

A população idosa é um dos grupos de risco , para os quais é necessária uma maior atenção, uma vez que estão mais susceptíveis para desenvolver sintomas associados ao calor extremo, principalmente aqueles com idades iguais ou superiores a 75 anos.

Sinais de Alerta :

Modificação do comportamento habitual; Grande fraqueza e/ou grande fadiga; Dificuldade recente em se mobilizar; Tonturas, vertigens, perturbações da consciência, convulsões; Náuseas, vómitos, diarreia; Cãibras musculares; Temperatura corporal elevada; Sede e dores de cabeça.

Acções a Desenvolver:

Transferir o utente para uma divisão climatizada; Avaliar a temperatura corporal dos utentes; Refrescar o utente o mais rapidamente possível; Nebulizar o utente com água fresca; Dar água a beber, se a pessoa estiver consciente; Não utilizar aspirina ou paracetamol; Contactar o serviço Saúde 24 – 808 24 24 24 ou o Número Nacional de Socorro – 112.

Medidas Gerais de Prevenção:

Edifício:

Verificar o bom funcionamento do sistema de ar condicionado e garantir a sua manutenção; Fechar janelas e respectivos meios de protecção, particularmente das fachadas mais expostas ao sol; Minimizar a entrada de ar quente no edifício, mantendo as portas exteriores abertas o mínimo tempo possível; Assegurar que existe pelo menos uma divisão ampla climatizada, para acolher os utentes; Colocar termómetros nas salas para avaliar a temperatura ambiente; Dispor de um número suficiente de sistemas de ventilação, nebulizadores de água.

Alimentação:

Assegurar o aprovisionamento de água; Evitar bebidas alcoólicas e com elevado teor de açúcar; Elaborar ementas com elevado teor de água como frutas, legumes crus, sopa e pão; Acautelar as condições de armazenamento e conservação dos alimentos.

Utentes/Vigilância:

Evitar que os utentes permaneçam nas divisões mais expostas ao sol; Estar atento a todas a modificações de comportamento do idoso; Evitar que os utentes façam actividades físicas e saídas durante as horas de maior calor, evitando exposição solar entre as 11 e as 17 horas; Fazer com que os utentes bebam pelo menos 1,5L de água por dia, se não houver contra indicação; Planificar a ingestão de água em intervalos regulares, identificando sobretudo as pessoas que não possuem autonomia suficiente para ingerir líquidos; Vestir roupas largas e frescas aos utentes, preferencialmente de algodão;

Trabalhadores

Existem diversas atividades laborais, em que os trabalhadores se encontram expostos a condições ambientais adversas. No verão, o calor extremo e as radiações ultravioletas são o principal risco para estes indivíduos.

Sinais de Alerta:

Modificação do comportamento habitual; Grande fraqueza e/ou fadiga; Tonturas, vertigens, perturbações de consciência, convulsões; Náuseas, vómitos, diarreia; Cãibras musculares; Febre; Sede e dores de cabeça.

Ações a Desenvolver:

Transportar o individuo para a sombra ou para um compartimento fresco e aliviar-lhe o excesso de roupa; Pulverizar o corpo com água fresca; Dar água, se a pessoa estiver consciente; Contactar o serviço Saúde 24 – 808 24 24 24 ou o Número Nacional de Socorro – 112.

Medidas Gerais de Prevenção:

Factores de risco relacionados com o trabalho: 

Temperatura ambiente elevada; Pouca circulação do ar, ou ar muito quente; Calor libertado pelas máquinas, ou produtos de trabalho; Tarefas que exijam grande esforço físico; Insuficientes pausas de recuperação; Vestuário de trabalho inadequado.

Factores de risco relacionados com o trabalhador:

Doenças recentes e/ou crónicas; Desconhecimento do perigo que pode representar o calor e a radiação UV; Dificuldade de adaptação ao calor; Má condição física; Falta de descanso; Utilização de vestuário muito apertado e quente; Consumo de água insuficiente; Consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras, álcool ou tabaco.

Edifícios:

Prever zonas de sombra ou abrigos climatizados que possam ser utilizados; Garantir ventilação e climatização em locais com maior risco de poluição; Utilizar termómetros para monitorização da temperatura ambiente.

Alimentação:

Assegurar o aprovisionamento de água potável aos trabalhadores, pelo menos 3 litros de água por dia, por cada trabalhador.

Utentes/Vigilância:

Recomendar aos trabalhadores a vigilância dos interpares do aparecimento de sinais ou sintomas associados ao calor; Planificar a ingestão de água em intervalos regulares (15-20 minutos); Vestir roupas largas e frescas;

Turistas

Portugal é um dos países europeus mais contemplados pelo sol, sendo por isso um frequente destino turístico. No verão, com as temperaturas elevadas existentes e os altos índices de radiação UV é necessário sensibilizar os turistas para os cuidados e medidas a adotar perante o calor.

Sinais de Alerta:

Febre; Sede e dores de cabeça; Vermelhidão da pele; Pele inchada e/ou dolorosa; Modificação do comportamento habitual; Grande fraqueza e/ou fadiga; Tonturas, vertigens, perturbações de consciência, convulsões; Náuseas, vómitos, diarreia; Cãibras musculares.

Acções a Desenvolver:

Transportar o individuo para a sombra ou para um local fresco e aliviar-lhe o excesso de roupa; Pulverizar o corpo com água fresca; Dar água, se a pessoa estiver consciente; Contactar o serviço Saúde 24 – 808 24 24 24 ou o Número Nacional de Socorro – 112.

Medidas Gerais de Prevenção:

Conhecer os grupos de risco:

Crianças nos primeiros anos de vida; Pessoas idosas; Portadores de doenças crónicas; Pessoas com excesso de peso; Pessoas com problemas de saúde mental.

Proteger da exposição directa ao sol:

Evitar exposição directa ao sol, principalmente entre as 11 e as 17horas; Utilizar protectores solares com factor de protecção elevado (igual ou superior a 30), bem como protecção para cabeça e olhos (chapéu e óculos de sol); Permanecer, pelo menos, 2 a 3 horas por dia num local fresco, como hotel, parques e jardins, centros comerciais, cinemas museus ou outros locais com climatização, principalmente quando as temperaturas são mais elevadas Os bebés com menos de 6 meses não devem ser sujeitos a exposição solar, devendo esta ser evitada em crianças com menos de 3 anos.

Bebidas:

Consumir apenas água da rede pública ou engarrafada; Não tomar banho ou consumir água em fontes ou lagos ornamentais.

Vestuário:

Dar preferência a roupas largas e claras. Optar pelos tecidos de algodão.

Atividade Física:

Evitar actividades de maior esforço físico durante os períodos com temperaturas mais elevadas.

Em viagem:

Evitar a permanência nas viaturas expostas ao sol, particularmente as crianças e idosos.

População geral

Grupos de risco:

Crianças nos primeiros anos de vida; Pessoas idosas; Portadores de doenças crónicas; Pessoas obesas; Pessoas acamadas; Pessoas com problemas de saúde mental; Trabalhadores expostos ao sol e/ou ao calor; Pessoas com más condições de habitabilidade.

Medidas Recomendadas:

Proteja-se do sol e do calor: Evite a exposição directa ao sol, especialmente entre as 11 e as 16horas. Sempre que se expuser ao sol use protector solar de índice de protecção elevado (igual ou superior a 30), renovando-o com frequência. Sempre que andar ao ar livre, use roupas que evitem a exposição directa da pele ao sol, particularmente nas horas de maior incidência solar. Use chapéu, com abas largas e óculos que ofereçam protecção contra radiação UVA e UVB. A roupa deve ser larga, leve e fresca, de preferência de algodão. Sempre que possível, diminua os esforços físicos e repouse frequentemente em locais à sombra, frescos e arejados.

Beba e faça uma alimentação equilibrada:

Aumentar a ingestão de água, sumos de fruta natural sem açúcar adicionado, mesmo sem ter sede, principalmente em recém-nascidos, crianças, idosos ou doentes crónicos. Evitar bebidas alcoólicas e bebidas com elevados teores de açúcar. Faça refeições leves e frescas. Indivíduos com doenças crónicas, dietas com pouco sal ou com restrição de líquidos, devem aconselhar se no seu médico, ou contactar a Linha Saúde 24: 808 24 24 24.

Refresque-se:

Permaneça 2 a 3 horas por dia num ambiente fresco, ou com ar condicionado. Se não for possível em sua casa visite centros comerciais, cinemas, museus ou outros locais com ar condicionado. No período de maior calor, tome um duche com água tépida ou fria. No entanto, evite mudanças bruscas de temperatura.

Em casa:

Evite que o calor entre, corra as persianas, ou portadas e mantenha o ar circulante dentro de casa. Abra as janelas durante a noite. Use menos roupa na cama, sobretudo, nos bebés e doentes acamados.

Em viagem:

Se o carro não tiver ar condicionado, não feche completamente as janelas. Leve água e sumos de fruta naturais sem adição de açúcar. Sempre que possível viaje de noite. Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas.

Quais os riscos do calor?

A exposição a calor intenso é uma agressão para o organismo, podendo conduzir a desidratação, ou agravamento de doenças crónicas, a um esgotamento ou a um golpe de calor.

Deve ter em atenção certos sintomas associados a um esgotamento por calor, tais como cãibras musculares, cansaço, fraqueza, desmaio, náuseas e vómitos, respiração rápida e superficial, grande transpiração, palidez, pele fria e húmida, pulso fraco e rápido e dor de cabeça.

O risco mais grave 

O golpe de calor é a situação mais grave e pode provocar danos irreversíveis à saúde e até levar à morte. Os principais sintomas são febre alta, dores de cabeça, tonturas, pulso rápido e forte, náuseas, confusão, perda de consciência, contracções musculares e pele vermelha, quente e seca, sem suor.

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