Pela primeira vez, bebeu-se mais vinho verde no estrangeiro do que em Portugal

“Isso enche-nos de orgulho”

As exportações de vinho verde ultrapassaram em 2018, pela primeira vez, a fasquia dos 50 por cento do total vendido, disse hoje à agência Lusa o presidente da Comissão de Viticultura da Região, Manuel Pinheiro.

“É a maioridade desta região, um momento que se assume também como exportadora e isso enche-nos de orgulho”, afirmou o mesmo responsável, aproveitando para referir que “45 empresas estarão presentes na maior feira mundial do setor”, a ProWein em Dusseldorf, na Alemanha, que decorrerá entre os dias 17 e 19 deste mês.

As vendas de vinho verde para fora de Portugal atingiram 64 milhões de euros, a um “preço médio de 2,2 a 2,3 euros por litro”, valor esse que equivale também a metade do total, adiantou Manuel Pinheiro.

“O preço médio por litro tem crescido quase um por cento ao ano e nos últimos cinco anos subiu dez por cento”, assinalou, observando que é graças aos vinhos brancos que a região tem conseguido ganhar terreno no mercado externo.

O presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) acrescentou que “existe maior volume no branco”, categoria, aliás, em que região lidera a nível nacional.

Depois de um período caracterizado por “stocks” reduzidos, os produtores reagiram, a área de vinha plantada aumentou e hoje existe vinho suficiente “e, sobretudo, de boa qualidade, porque a última campanha foi boa”, salientou Manuel Pinheiro.

Os Estados Unidos e, a curta distância, a Alemanha continuam a ser os principais mercados externos entre os “mais de 100” onde o vinho verde chega, sendo que os norte-americanos destacam-se pelo valor pago, “perto de 20 milhões de euros”, e os alemães pelo volume comprado.

França, Canadá, Reino Unido e Japão seguem-se na lista dos países que mais compram este vinho e “o mercado nacional tem-se comportado bem”, ficando com quase metade do vinho vendido.

“A região tem conhecido um impulso que permite pensar num crescimento em valor”, enfatizou Manuel Pinheiro, adiantando que um dos objetivos para 2019 é “tirar a sazonalidade ao vinho verde, para que os clientes percebam que o podem ter o ano inteiro”.

A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) pretende “crescer em Lisboa” este ano para não ficar acantonado no seu território tradicional, “o Norte e a sua zona costeira”, contando pata tal com “a nova campanha de promoção para o mercado nacional” dirigida para os vinhos de gama superior.

A campanha tem como mote “Não há só um Verde. Há vários tons de Verde” ambiciona com ela “inscrever o vinho verde no topo das preferências dos consumidores nacionais”.

No plano externo, a CVRVV acaba de se aliar à região vinícola de Verona, de Itália, num programa de promoção conjunta nos mercados da Dinamarca, França Alemanha e Portugal para os próximos três anos envolvendo “um investimento de 3,4 milhões de euros”.

A CVRVV teve a ideia, a União Europeia sugeriu-lhe que encontrasse um parceiro para dar o financiamento necessário (80 por cento do total) e indicou mesmo potenciais interessados e a escolha recaiu na entidade que representa os vinhos da região de Verona, que aceitou o desafio para uma colaboração com os vinhos verdes.

“Esta oportunidade sublinha a credibilidade do nosso trabalho de promoção. Muito claramente, é para nós um passo de gigante na afirmação mundial dos vinhos verdes como uma grande região vinícola”, enfatizou Manuel Pinheiro.

 
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