As exéquias do historiador José Marques, cónego da diocese de Braga, realizam-se na terça-feira, pelas 10:00, na Sé de Braga, disse à Lusa fonte da diocese bracarense.
A eucaristia será presidida pelo arcebispo de Braga, Jorge Ortiga, “e contará somente com a presença dos membros do cabido e dos Familiares do cónego José Marques”, segundo a mesma fonte.
O historiador José Marques, cónego da Sé de Braga, ex-vice-presidente do Comité Internacional de Paleografia Latina da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), morreu na passada sexta-feira, em Braga.
A presidente da Academia Portuguesa da História, Manuela Mendonça, disse à agência Lusa que José Marques, “além de distinto medievalista, foi catedrático da Universidade do Porto, e é uma figura de nível internacional, tendo ocupado o cargo de vice-Presidente do Comité Imternacional de Paleografia Latina” da UNESCO.
José Marques nasceu a 12 de Agosto de 1937, em Roussas, no concelho de Melgaço.
Estudou no seminário da Arquidiocese de Braga, tendo sido ordenado sacerdote em 1961, e colocado no Seminário Conciliar, onde esteve até 1970.
Em 1974, licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e prosseguiu os estudos de Bibliotecário-Arquivista, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, tendo-se especializado como Bibliotecário-Arquivista.
Apresentou uma tese de doutoramento, em 1982, sobre “A Arquidiocese de Braga no século XV”, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde foi professor catedrático.
A sua Lição de Síntese foi sobre a “Assistência aos peregrinos no Norte de Portugal durante a Idade Média”.
Membro, desde 1983, da Academia Portuguesa da História, José Marques foi vice-presidente do Instituto Galaico-Minhoto, do qual foi um dos fundadores, em 1982.
O Presidente da República, numa mensagem de pesar, referiu-se a José Maqrques como como um dos “mais distintos medievalistas”.
“Com o desaparecimento do professor José Marques, a historiografia portuguesa perde um dos seus mais distintos medievalistas, autor de uma vasta obra que tem por território de eleição a arquidiocese de Braga e as regiões do Minho e de Trás-os-Montes”, lê-se numa mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa, publicada no ‘site’ da Presidência da República.
Para a Academia Portguesa da História, foi “uma enorme perda, pois tratava-se de um dos mais distintos Académicos de Número” da Academia, onde foi membro do Conselho Académico, entre 2006 e 2017, sendo, nos últimos três anos, vice-presidente.