A maioria dos alunos do 3.º ciclo e do secundário “chumbou”, pelo menos, um ano letivo ou num dos exames nacionais, segundo dados do Ministério da Educação que indicam que o insucesso atingiu mais de 250 mil jovens.
Esta é uma das conclusões da análise feita pela agência Lusa ao indicador “Percursos Diretos de Sucesso”, criado pelo Ministério da Educação, que segue os alunos durante todo o ciclo de ensino e procura aqueles que nunca reprovaram um ano letivo e tiveram positiva em todos os exames nacionais.
A maioria dos alunos que deveria ter terminado o 3.º ciclo ou o ensino secundário no ano passado não o conseguiu fazer sem reprovar um ano ou ter negativa em, pelo menos, um dos exames nacionais: num universo de 456.368 estudantes, apenas 201.937 (44%) tiveram um percurso direto de sucesso.
A situação é mais problemática entre os mais velhos, já que apenas 41,22% conseguiram fazer o secundário sem reprovar. Ou seja, dos 180.317 mil estudantes que entraram para o 10.º ano em 2016/2017, menos de 75 mil (74.337) conseguiram terminar o secundário sem reprovar.
Há, no entanto, uma melhoria em relação ao ano anterior, já que a percentagem dos percursos de sucesso subiu de 39% para 41,22%, segundo uma análise feita pela Lusa.
Olhando para as escolas, a grande maioria não consegue que o sucesso seja regra: num universo de 550 estabelecimentos de ensino, apenas em 102 a maioria dos alunos do secundário fez os três anos sem nunca reprovar e com positiva nos exames nacionais. Nas restantes 448 escolas, a maioria dos estudantes não conseguiu esse feito.
No 3.º ciclo a percentagem de alunos com percursos diretos de sucesso também aumentou, subindo de 44% para 46% no ano passado: Entre os 276.051 estudantes que entraram para o 7.º ano no ano letivo de 2016/2017, apenas 127.600 chegaram no ano passado ao fim do ciclo sem nunca “chumbar” um ano ou ter negativa em nenhum dos exames nacionais.
No 3.º ciclo, também são uma minoria as escolas que conseguem que, pelo menos, metade dos seus alunos tenha um percurso de sucesso: em 759 escolas analisadas, a maioria dos alunos “chumbou” um ano ou teve negativa em pelo menos um dos exames nacionais. Apenas 379 conseguiram que, pelo menos, metade dos seus alunos fizessem os três anos no tempo ideal e tivessem positiva nos exames nacionais.