O porta-voz do grupo de ex-trabalhadores dos estaleiros de Viana do Castelo manifestou-se esta terça-feira “esperançado” numa solução do Governo para os 400 antigos funcionários da empresa pública que a partir de 2017 deixam de ter subsídio de desemprego.
“Estamos esperançados de que o Governo vá encontrar uma solução para minimizar as nossas preocupações”, afirmou esta terça-feira António Ribeiro.
O porta-voz dos ex-trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), que falava no final de uma reunião no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, adiantou que foi entregue “um dossiê completo” sobre a situação daqueles antigos funcionários da empresa pública de construção naval.
“Fomos muito bem recebidos e foram muito bem analisados todos os pontos que nos preocupam. Foi-nos dito que vão debruçar-se sobre o assunto e ponderar sobre as nossas preocupações. Não ficou definida uma data para nos darem uma resposta mas disseram que seria o mais breve possível”, referiu.
Em causa estão “cerca de uma centena de ex-trabalhadores que no próximo ano ainda não reúnem condições para pedir a pré-reforma e que vão ficar sem subsídio de desemprego”. Outros “300 ex-trabalhadores poderão passar à reforma mas com penalizações”.
António Ribeiro acrescentou que “em janeiro os ex-trabalhadores para fazer um ponto de situação e decidir o passo seguinte”.
“Esta altura que atravessamos não é a melhor para reunir as pessoas. Vamos aguardar por uma resposta mas não podemos esperar muito porque a partir de janeiro as pessoas começam a ficar sem os subsídios de desemprego”, frisou.
Na semana passada, aquele responsável defendeu um regime de exceção para os 400 ex-trabalhadores que, em 2017, deixam de ter subsídio de desemprego.
“A solução passa pela reintegração no mercado de trabalho da malta mais jovem. Para os ex-trabalhadores com mais de 52 anos que ainda não podem pedir a reforma antecipada defendemos que deve ser estendido o prazo do subsídio de desemprego ou atribuído qualquer apoio social”, afirmou António Ribeiro no final da reunião preparatório do encontro desta terça-feira com o Governo,
Na altura, acusou a WestSea, subconcessionária dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), de “não estar a cumprir com o que prometeu” em 2013.”Foi-nos prometido que a WestSea ia recrutar cerca de 400 ex-trabalhadores dos ENVC e isso não tem acontecido”, reforçou.
A comissão representativa dos ex-trabalhadores foi criada no início de setembro para discutir o seu futuro com forças políticas e agentes do poder e já se reuniu com o PCP, com o Bloco de Esquerda, com o Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV), com o presidente da Câmara de Viana do Castelo e com a comissão parlamentar do Trabalho e Segurança Social.
Continua a aguardar por resposta aos pedidos de reunião enviados ao PS, PSD e CDS.
Em 2014, quando os estaleiros foram subconcessionados à Martifer estavam ao serviço 609 trabalhadores. O plano de rescisões amigáveis a que os trabalhadores foram convidados a aderir custou ao Estado 30,1 milhões de euros. Suportado com recursos públicos, incluiu indemnizações individuais entre os 6.000 e os 200 mil euros, além do acesso ao subsídio de desemprego e reforma.
Pelos terrenos, infraestruturas e equipamentos dos ENVC, o grupo Martifer vai pagar ao Estado uma renda anual de 415 mil euros, até 2031.
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