O ex-secretário de Estado da Administração Local, Hernâni Dias, rejeitou hoje qualquer conflito de interesses na constituição de duas empresas enquanto era governante, salientando que nenhuma delas tinha atividade relacionada com a “lei dos solos”.
No parlamento, Hernâni Dias destacou que não viu “nenhum problema” na constituição das duas empresas, nas quais não tem maioria do capital social nem é sócio-gerente.
O ex-governante destacou ainda que nenhuma das empresas tem atividade relacionada com a “lei dos solos” e afirmou que “o objetivo principal [das empresas] era reabilitação e exploração da atividade turística de duas habitações”.
A RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que era o secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.
Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.
Posteriormente, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está “de consciência absolutamente tranquila” e que agiu “com total transparência”.
O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) “que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria”, assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que “o valor das rendas foi pago por transferência.
O primeiro-ministro aceitou no dia 28 de janeiro o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando “o desprendimento subjacente à decisão pessoal” do governante.