“Contente” por ‘subir’ o Chaves, “triste” por ‘descer’ o clube que lhe abriu as portas da I Liga

Treinador Vítor Campelos, natural de Guimarães, passou pela liga principal apenas uma vez, em 2019, numa aposta do Moreirense (17 jogos; 5 vitórias)

Declarações após o jogo Moreirense-Desportivo de Chaves (1-0), da segunda mão do ‘play-off’ de manutenção na I Liga portuguesa de futebol, disputado, este domingo, em Moreira de Cónegos:

Vítor Campelos (treinador do Desportivo de Chaves): “Sempre disse que esta equipa era forte se estivéssemos todos juntos. Só quem lidou connosco soube os contratempos que tivemos. Foi uma altura bastante complicada, com muitos jogadores a terem covid-19 e alguns a terem de jogar e de treinar. Depois disso, começámos a trabalhar com todos.

Uma palavra para várias pessoas que trabalham na sombra, como o diretor desportivo Paulo Cabral, que teve um papel fundamental numa altura complicada. Quando não se ganha, algumas vezes desconfia-se de tudo, mas conseguiu manter-nos unidos. Uma palavra também para a nossa administração. Quando as coisas não estão a correr tão bem, o mais fácil é mudar, mas sempre acreditaram em nós e as coisas aconteceram.

Acreditámos sempre, apesar de, em algumas fases, termos estado a 14/15 pontos do Casa Pia e do Rio Ave. Só uma equipa com uma mentalidade muito forte e a acreditar muito nos colegas é que conseguiu chegar à última jornada a poder disputar a subida direta. Nem falo em desgaste físico, mas foram meses de grande desgaste emocional.

Fizemos uma segunda volta fantástica. Talvez claudicámos no último jogo frente ao Rio Ave [derrota por 0-3], mas, como em tudo na vida, estamos sempre a aprender para melhorar. Acredito em Deus e que o universo conspira a favor de quem trabalha bem, é sério e honesto. Teríamos de trazer lições desse jogo com o Rio Ave para este ‘play-off’.

https://twitter.com/SPORTTVPortugal/status/1531200126731051011

Sabíamos que íamos defrontar um adversário valoroso. O Moreirense tem um plantel de qualidade, pelo que tínhamos de ser uma equipa muito concentrada e focada, já que o Moreirense tem um estilo de jogo direto. Tivemos de ajustar coisas ao intervalo, mas, na segunda parte, controlámos o jogo e podíamos ter marcado. O Moreirense teve maior domínio durante o jogo, mas o Desportivo de Chaves foi somando mais oportunidades.

Estou muito feliz pelos jogadores, estrutura e adeptos.

Estou contente pela subida, mas também triste por isto ter acontecido ao Moreirense.

É um clube do qual gosto e estou grato. Abriu-me as portas da I Liga e tem algumas das melhores pessoas que conheci.

Quero festejar muito com os atletas e com as pessoas em Chaves. Amanhã [segunda-feira], temos um almoço de fim de época. Depois, vou fechar-me em casa três ou quatro dias e desligar o telefone. Estou muito desgastado, não física, mas emocionalmente.

Sinto-me preparado para tudo. Já tive oportunidade de trabalhar na I Liga. Infelizmente, o percurso não teve continuidade e saí quando estava a dois pontos da Liga Europa. Já treino há 23 anos, comecei no distrital, em campos de terra, e já passei pela ‘Champions’ da Ásia. Decidi regressar cá e escrevemos uma página bonita na história do Chaves.

O Desportivo de Chaves é mais conotado com os flavienses, mas as pessoas de Chaves estão espalhadas pelo país e por todo o mundo. Regresso à I Liga? Vai ter impacto na cidade e no clube e trará muitas pessoas a Chaves. É bom para o comércio e para tudo. Com toda a certeza, Chaves e a região de Trás-os-Montes merecem estar na I Liga”.

Notícia atualizada às 15h10, com introdução de vídeo da Sport TV.

 
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