O ex-gerente da agência da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de Terras de Bouro, que burlou uma cliente, desviando 102.536 euros de uma sua conta ‘offshore’, foi condenado em cinco anos de prisão, com pena suspensa, depois do seu afilhado ter sido ilibado pelo juiz de instrução criminal, pelo que, este último, não foi sequer submetido a julgamento.
Numa primeira notícia, foi referido que Humberto Daniel de Oliveira Araújo, afilhado e primo do ex-gerente bancário, José Manuel Ferreira de Azevedo, tinha sido condenado, também com pena suspensa, quando na realidade, numa fase posterior a ter sido acusado, pelo Ministério Público de Vila Verde, já não foi pronunciado, para julgamento, pelo juiz.
José Manuel Ferreira de Azevedo, de 56 anos, que atualmente é diretor financeiro de uma universidade privada, em Luanda, confessou todos os factos que era acusado, no Tribunal Criminal de Braga, pelo que a pena inicial, de quatro anos e oito meses de prisão efetiva, foi suspensa por cinco anos, mas na condição de pagar à CGD 28.023 euros, remanescente que a instituição já teve que pagar à cliente, a quem o ex-gerente bancário tinha devolvido 74.570 euros, prejudicando igualmente o afilhado, Humberto Daniel de Oliveira Araújo.
O antigo bancário, enganou esse primo e afilhado, também natural e residente em Prado, Vila Verde, familiar que, entretanto, quando se apercebeu ter sido enganado, de imediato devolveu todo o dinheiro que restava desse cheque que ainda estava na sua conta bancária, colaborando no esclarecimento dos factos, só que mesmo assim foi acusado inicialmente pelo Ministério Público, apesar de Humberto Daniel de Oliveira Araújo ter sido enganado.
Este familiar, Humberto Daniel de Oliveira Araújo, aceitou que fosse depositado, na sua conta bancária, do BES, um cheque então na posse do seu primo, à data o gerente da CGD de Terras de Bouro, não desconfiando que o cheque tivesse resultado de uma situação de abuso de confiança, por parte do seu primo e padrinho, José Manuel Ferreira de Azevedo.
Cheque esse, cuja quantia correspondia, na realidade, à liquidação da contra ‘offshore’ da cliente na CGD de Macau, no valor de 102.536 euros, tendo o então gerente bancário gasto parte da quantia, 46 mil euros, para a liquidação de dívidas. em novembro de 2009.
Ex-gerente bancário enganou afilhado
Provou-se, durante o julgamento realizado agora no Tribunal de Braga, com base nas investigações da PJ, que esse cheque, de 102.536 euros, só foi emitido, pela CGD, em Terras de Bouro, por o então seu gerente, José Manuel Ferreira Azevedo, ter convencido o subgerente e outra funcionária que esse email teria sido enviado pela cliente emigrada no Luxemburgo, quando na verdade foi forjado por si próprio e atuando sempre sozinho.
Humberto Daniel de Oliveira Araújo, de 43 anos, já depois de inicialmente acusado, tinha sido já ilibado, devido à intervenção do seu advogado, Carlos Sousa Portal, que durante a fase da instrução, por si própria requerida, deixou de ser acusado, por se ter constatado que afinal ao contrário do despacho do Ministério Público Humberto Araújo foi vitimado.
Para o Ministério Público, o então gerente bancário tinha plena consciência, mas mesmo assim conformou-se, que estava a prejudicar diretamente a cliente emigrada, mas ainda a imagem da entidade patronal e o sistema bancário em geral, bem como o próprio afilhado.
Notícia atualizada às 14h15 (15/01) com a correção de que Humberto Daniel de Oliveira Araújo, ao contrário do inicialmente avançado, afinal não tinha sido condenado.