Ex-diretor do SC Braga condenado por tentar extorquir 250 mil euros à SAD

Tribunal da Relação confirmou a condenação de João Gomes
Foto: DR

O Tribunal da Relação de Guimarães confirmou, hoje, a condenação a três anos e seis meses de prisão, mas suspensos por igual período, do ex-diretor-geral do SC Braga, João Gomes, pelo crime de tentativa de extorsão de 250 mil euros ao Sporting Clube de Braga, SAD.

Fonte da SAD do clube adiantou que os juízes-desembargadores confirmaram na íntegra a sentença do Tribunal de Braga. O arguido ficou, ainda, obrigado a pagar quatro mil euros ao Estado.

Em abril, a juíza deu como provado que João Gomes praticou o crime de tentativa de extorsão por ter pedido, em 2018, 250 mil euros ao presidente da SAD António Salvador, para abandonar o cargo, pedido a que acrescentou a exigência de ficar com o automóvel Mercedes que lhe estava distribuído e de lhe ser dado direito a subsídio de desemprego.

Factos que a magistrada considerou “graves”.

E disse que não o ameaçou com a denúncia pública de supostas irregularidades na gestão do clube.

Na primeira sessão do julgamento, o ex-diretor negou o crime, afirmando ter-se reunido com Salvador no hotel Meliá, em Braga, altura em que lhe entregou uma carta que recebeu de alguns sócios, protestando contra a adjudicação à ABB, gerida pelo vice-presidente da SAD, Gaspar Borges, da obra de construção da Academia desportiva.

“Disse-lhe que o assunto me punha em causa, na medida em que fui membro do júri do concurso”, afirmou, vincando que a ABB ficara em segundo lugar, mas foi feito novo concurso “para que ficasse em primeiro”.

A seguir, e na qualidade de testemunha, António Salvador contou que João Gomes quis uma reunião e nela, pediu para não ser interrompido, tendo-lhe entregue um envelope com duas folhas. Numa pedia 250 mil euros para sair, bem como o Mercedes que lhe estava distribuído e subsídio de desemprego. Na outra, ameaçava denunciar alegados casos de faturas irregulares se não aceitasse: “Li aquilo, fui atrás dele, mas ele já ia no carro e não quis parar”.

A sentença baseou-se no depoimento de duas testemunhas, Amaral Correia e Paulo Resende, ambos, à época funcionários do clube e que disseram que João Gomes não desmentiu, em conversas que mantiveram, as exigências que havia feito ao dirigente desportivo.

Na sequência do episódio, João Gomes foi despedido do clube com justa causa.

 
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