O ex-diretor da Polícia Judiciária de Braga, Gil Carvalho, foi aplaudido em pé, na última sessão, dedicada às vítimas do terrorismo, no 5º Congresso de Investigação Criminal, que decorreu em Braga durante dois dias, colocando o ênfase da sua intervenção nas vítimas e naqueles que caíram a combater a criminalidade, alguns dos quais trabalhavam consigo.
A anteceder o encerramento, os congressistas aplaudiram a forma como Gil Carvalho se referiu às vítimas não só de crimes de terrorismo, como criminalidade em geral, tendo a tónica da sua intervenção sido a necessidade imperiosa de proteger quem é atingido por crimes, devendo haver mais cuidados com estas pessoas que ficam mais vulneráveis e por isso evitar a sua “revitimização”, como por exemplo não repetindo atos processuais que podem ser os mesmos e para que as vítimas não voltem a vivenciar as situações sofridas.
Gil Carvalho, agora a liderar a PJ Polícia Judiciária de Leiria, participou no painel acerca das vítimas de terrorismo, a par de Maria João Guia, inspetora do SEF, bem como de dois responsáveis pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), o seu presidente, João Lázaro, e Carla Ferreira, da Rede Care, neste congresso, cujo tema foi o terrorismo.
A iniciativa, que se realizou no Espaço VITA, na cidade de Braga, é organizado pela ASFIC/PJ, em parceria com a universidade do Minho (Escola de Direito) subordinada ao tema do terrorismo, visando debater questões relacionadas com prevenção e investigação deste fenómeno criminal, o seu financiamento e branqueamento de capitais, intelligence, a cooperação policial e judiciária entre Estados e vitimização provocada pelos atentados.
O outro aplauso em pé ao longo de todo o congresso foi depois da intervenção de Farida Abbas-Khalaf, autora do livro, “A Garota que Escapou do ISIS”, vencedora do Prémio LiberPress Catalunha 2017, há meio ano, que vive na Alemanha, tendo vindo a Braga dar conta do seu drama pessoal e familiar, bem como sofrimento do povo yazidi, às mãos do chamado Estado Islâmico, criticando a ausência de uma posição mais firme por parte da comunidade internacional, para além da impunidade dos militantes deste grupo terrorista.