Menos conversa sobre o novo aeroporto e mais sobre os temas que afetam atualmente o país. Foi desta forma que Ricardo Rio abordou o novo líder do PSD, Luís Montenegro, durante o 40.ª Congresso Nacional que decorre até domingo, no Pavilhão Rosa Mota, no Porto.
O autarca de Braga elencou “três questões com que, lá fora, os portugueses se preocupam”, e que nenhuma delas “é saber a posição do PSD sobre o novo aeroporto de Lisboa”, referindo-se ao aumento do preço das energias, ao aumento da inflação e ao risco de colapso do Serviço Nacional de Saúde.
“Não fiquemos a ver os aviões em vez de ver quais são os reais problemas do país”, disse.
Rio desafiou Montenegro a reunir com as ordens e com as estruturas sindicais da área da saúde, já na segunda-feira – dia em que o ex-líder parlamentar se estreará no cargo de presidente do partido – para “recuperar” o diálogo “que o Governo já não consegue”.
“Pode-se dizer que seria alarmista falar em colapso do SNS, mas quando temos um dos melhores hospitais do país a não conseguir assegurar serviços para a população, como acontece no Hospital de Braga, é importante que esta questão seja uma das primeiras prioridades do PSD”, afirmou o autarca, deixando o desafio: “Eu passaria o primeiro dia do meu mandato a reunir com as Ordens e estruturas sindicais”.
Economia
Rio pediu ainda respostas concretas em termos de políticas de rendimentos, pensões e modelos de administração pública, desafiando o PSD a discutir propostas para “médio/longo prazo” sobre a subida do salário médio e do salário mínimo, os escalões das pensões, a retenção de talento na ‘causa’ pública, questões que, afirma, não podem ser “um leilão público de promessas”.
Ricardo Rio apelou à união
“Montenegro não poderá liderar sozinho, porque todos juntos é que somos o PSD e ajudaremos a revitalizar o nosso partido, e os portugueses estão à espera de encontrar em quem confiar”. O autarca de Braga desafiou os militantes a unirem-se, saudando todos os ex-candidatos à liderança do partido, propondo ainda um encontro entre os antigos primeiros-ministros sociais-democratas, desde Balsemão a Passos Coelho para demonstrar que o PSD é, e será, “o melhor para Portugal”.