O eurodeputado do PSD, José Manuel Fernandes considerou, hoje, na Póvoa de Varzim, que “Portugal não tem apostado na agricultura nem aproveitado devidamente os fundos europeus nesta área”.
“O Governo não dá a importância que a agricultura tem na competitividade, na coesão territorial e na soberania alimentar. Portugal tem a obrigação e condições para diminuir o défice agro-alimentar que corresponde anualmente a cerca de 3.700 milhões de euros. Note-se que, com o governo de António Costa este défice tem aumentado. Portugal tem mais de 8600 milhões de euros para a agricultura para o período 2021/2027 que tem de utilizar bem”, afirmou durante uma visita à AGROS – União de Cooperativas de Produtores de Leite, em que foi acompanhado pelo seu presidente Idalino Leão e onde participou a Comissão parlamentar de Agricultura da Assembleia da República.
Na ocasião, e de acordo com o seu Gabinete, José Manuel Fernandes enalteceu o papel da Agros e “classificou como inaceitável que os regulamentos nacionais impeçam candidaturas a fundos europeus do setor cooperativo que são essenciais para o desenvolvimento económico, a competitividade, o desenvolvimento rural e a coesão”.
A propósito lembrou que, “é ainda necessário combater a seca e promover os investimentos necessários no armazenamento de água e garantir uma eficiente gestão dos regadios.”
Pacote para sete países
O deputado recordou que, esta semana, a Comissão Europeia (CE) aprovou o primeiro pacote de planos estratégicos da PAC para sete países: Dinamarca, Finlândia, França, Irlanda, Polónia, Portugal e Espanha, destacando que se “trata de um passo importante para a execução da uma nova política agrícola comum (PAC), a arrancar a 1 de janeiro de 2023”.
“A nova PAC foi desenhada para moldar a transição para um setor agrícola europeu mais sustentável, resiliente e moderno”, disse Fernandes, que é o Coordenador do PPE na Comissão dos Orçamentos.
O deputado europeu explicou ainda que “o financiamento será distribuído de forma mais equitativa pelas pequenas e médias explorações agrícolas familiares, bem como pelos jovens agricultores. Além disso, os agricultores serão incentivados a adotar novas inovações, desde a agricultura de precisão até aos métodos de produção agroecológicos”.
Acrescentou que, “ao apoiar ações concretas nestes e noutros domínios, “a nova PAC pode constituir a pedra angular da segurança alimentar e das comunidades agrícolas na União Europeia”.
“No momento atual, tornou-se muito clara a importância de prestar um apoio forte e sólido ao nosso setor agrícola que enfrenta uma situação difícil, marcada pelo aumento acentuado dos custos de produção devido à seca e à guerra na Europa. Esta nova PAC ajudará a garantir a estabilidade dos meios de subsistência agrícolas e a segurança alimentar a longo prazo”, sublinha ainda José Manuel Fernandes.