EUA admitem que será “muito difícil” expulsar forças russas da Ucrânia este ano

Mark Milley

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas norte-americanas, general Mark Milley, admitiu hoje que será “muito difícil” expulsar o exército russo do território ucraniano até ao final do ano.

“Do ponto de vista militar, ainda penso que será muito, muito difícil expulsar as forças russas de todas as áreas ocupadas da Ucrânia”, afirmou Mark Milley, numa reunião de aliados dedicada ao apoio militar a Kiev, que decorreu hoje na base militar norte-americana de Ramstein, na Alemanha.

No mesmo encontro, o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, disse que Washington espera uma contra-ofensiva da Ucrânia na primavera, sublinhando que cabe aos aliados ajudarem Kiev a preparar-se para essa movimentação.

“Temos uma janela de oportunidade aqui entre agora e a primavera (…) logo que eles iniciem a operação, a contra-ofensiva”, disse Austin, acrescentando que escasseia o tempo para a concretização dessa ajuda ocidental.

Milley, por sua vez, defendeu que a dimensão dessa contra-ofensiva fica dependente da entrega de equipamento militar e de treino.

Por isso, acrescentou Austin, é relevante que os aliados não se atrasem na ajuda a Kiev, incluindo a Alemanha, que tem sido criticada pela resistência em autorizar a cedência de tanques de guerra Leopard 2, de fabrico alemão.

Para o secretário de Defesa dos EUA, a Alemanha é “um aliado confiável”, apesar da sua relutância em fornecer tanques de guerra pesados à Ucrânia, reconhecendo que “todos podemos fazer mais” na ajuda a Kiev.

“Eles são fiáveis há muito tempo e acredito sinceramente que continuarão a ser um aliado no futuro”, explicou Austin, referindo-se à Alemanha.

No âmbito da mesma reunião do Grupo de Contacto para a Ucrânia, em Ramstein, e segundo fontes diplomáticas citadas pelas agências internacionais, o Governo alemão adiou hoje a decisão sobre o fornecimento de tanques de combate Leopard 2 a Kiev, afirmando que vai rever as reservas e disponibilidade deste material.

Portugal esteve representado nesta reunião pela ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras.

Portugal vai enviar mais 14 viaturas blindadas M113 e oito geradores elétricos de grande capacidade para a Ucrânia, elevando “para 532 toneladas o total de equipamento militar, letal e não letal” fornecido ao país, anunciou a ministra da Defesa.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

 
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