Os Transportes Urbanos de Braga, assinou em 14 de agosto, após consulta pública, o contrato com a empresa Grid International Consulting Engineers para realizar o estudo prévio de conceção e de construção do BRT de Braga, foi hoje anunciado.
Em comunicado, a empresa indica que iniciaram “de imediato a calendarização de trabalhos previstos nos marcos e metas estabelecidos com a Estrutura de Missão Recuperar Portugal”.
O procedimento de contratação pública foi lançado em 13 de maio de 2024, pelo valor de 398.500 euros, valor ao qual acresce o IVA nos termos legais em vigor.
A Grid é uma empresa de engenharia civil, que cobre um vasto leque de projetos de construção e contratos de Assistência Técnica, com uma experiência acumulada em mais de 40 anos de serviço, tendo estado envolvida em mais de 600 projetos quer a nível nacional, quer a nível internacional.
Alguns dos projetos relevantes mais recentes foram o BRT do Porto, a extensão da Linha Amarela do Metro do Porto e ainda a ampliação da Estação do Oriente, em Lisboa.
Para a elaboração do estudo prévio de conceção e construção do BRT de Braga foi
selecionada uma “equipa técnica multidisciplinar com comprovada experiência em obras
similares e nos principais pressupostos técnicos à execução do projeto, Traçado Rodoviário, Arquitetura e Inserção Urbana, Estudos de Mobilidade e Tráfego, Paisagismo e Serviços Afetados”.
O estudo prévio, adjudicado com um prazo de execução de 4 meses, pretende estabelecer todas as condições que irão compor o caderno de encargos do concurso público para conceção-construção de duas linhas de BRT.
Em comunicado, os TUB indicam que o desenvolvimento do sistema de BRT de Braga é parte integrante da estratégia de mobilidade para a cidade.
“Este sistema tem como objetivo a garantia de uma rede de transporte coletivo estruturante para Braga, com elevados padrões de qualidade de serviço, contribuindo para uma efetiva transferência modal do transporte individual e para alcançar os objetivos nacionais e internacionais de transição energética”, lê-se na nota.
O sistema de BRT irá funcionar como a “espinha dorsal” do sistema de transporte público da cidade, “articulando-se com a restante rede em operação pelos TUB, com as redes de transportes intermunicipais das Comunidades Intermunicipais do Cávado e do Ave, com a rede nacional de transporte rodoviário, com o transporte ferroviário e com a mobilidade ciclável e pedonal”.
O sistema de BRT será constituído nesta fase por duas linhas com uma extensão total
de cerca de 12 km, as quais irão servir a área urbana do concelho (designadamente nove freguesias com mais de 50% da população de Braga), abrangendo diversos polos geradores de tráfego na cidade, como a Estação de Comboios CP de Braga, o Centro Coordenador de Transportes de Braga, a Universidade do Minho, o Hospital de Braga, superfícies comerciais e zonas de elevada densidade populacional.
O BRT de Braga é um projeto 100% financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), no total de 100 milhões de euros, para a realização do investimento RP-C21-i14, enquadrado no componente 21 do REPowerEU, com prazo de execução até 2026.
Duas linhas
De acordo com o projeto previsto, serão construídas duas linhas de BRT, a Amarela e a Vermelha.
A Linha Amarela terá cerca de 6km e 10 estações, e promoverá a ligação entre a zona sul da cidade, onde se localiza o Minho Center, e a estação ferroviária, promovendo a captação de passageiros do transporte individual através de um park & ride no extremo Sul da linha. Permitirá também resolver a fratura urbana nos eixos da Avenida António Macedo, Avenida Padre Júlio Fragata e Avenida Frei Bartolomeu dos Mártires.
Já a Linha Vermelha terá cerca de 6,2 km e 10 estações, contará também com interface com o transporte ferroviário e ligará à Universidade do Minho e ao Hospital. Contribuirá para a resolução da fratura urbana no eixo da Avenida Imaculada Conceição, Avenida João XXI e Avenida João Paulo II.