O instituto de pesquisa médica sem fins lucrativos Sanford Burnham Prebys Medical Discovery Institute, nos Estados Unidos, realizou um estudo e conseguiu identificar 21 medicamentos capazes de inibir a replicação do novo coronavírus.
A equipa, liderada por Sumit Chanda, justifica este estudo com o facto de a vacina poder ainda estar longe de ser desenvolvida e ser uma realidade.
“É provável que o desenvolvimento de uma vacina exija pelo menos 12 a 18 meses, e o prazo típico para a aprovação de uma nova terapêutica antiviral pode exceder 10 anos”, começa por explicar o estudo publicado na revista Nature.
A equipa analisou todos os medicamentos apontados para tratar a covid-19 e encontraram a presença de mais de pelo menos 100 moléculas com atividade antiviral confirmada em testes laboratoriais. Desses 100, 21 foram considerados eficazes e seguros em pacientes. Quatro deles funcionam com o popular remdesivir.
“O remdesivir provou ser bem-sucedido em reduzir o tempo de recuperação de pacientes no hospital, mas o medicamento não funciona para todos aqueles que o recebem. Isso não é bom o suficiente”, diz Chanda.
“Como as taxas de infeção continuam a aumentar na América e no mundo, permanece a urgência de encontrar medicamentos acessíveis, eficazes e prontamente disponíveis que possam complementar o uso do remdesivir, bem como medicamentos que possam ser administrados profilaticamente ou ao primeiro sinal de infeção ambulatorial”.
Dos 21 medicamentos, 13 entraram em ensaios clínicos e dois foram aprovados pela agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (FDA).
O estudo avançou para investigação clínica a fim de se obter os perfis farmacológicos e de segurança humana destes compostos, e permitir uma avaliação pré-clínica e clínica desses medicamentos.