Um estudo realizado pelo epidemiologista Karl Lauterbach, futuro ministro da Saúde da Alemanha, aponta que a variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, que causa a covid-19, pode, afinal, ajudar a pandemia a terminar mais cedo.
A afirmação do epidemiologista alemão é feito por causa da falta de indícios de casos graves e mortes associadas à variante.
Lauterbach sugeriu que a variante ómicron tem tantas mutações – 32 apenas na proteína spike (dobro da Delta) – o que pode significar que ela é otimizada para infectar mais, em vez de causar quadros graves e levar à morte.
Segundo o estudo do futuro ministro, isso está de acordo com a evolução da maioria dos vírus respiratórios e é positivo que o coronavírus tenha chegado a esse ponto, pois pode sinalizar que o fim da pandemia está mais próximo.
A tese do epidemiologista é partilhada por Anthony Fauci, principal conselheiro para assuntos de saúde pública de Joe Biden, presidente dos Estados Unidos. Segundo o norte-americano, o comportamento da variante tem sido “animador”, embora admita que é cedo para fazer afirmações definitivas.
Os médicos da África do Sul, país em que a variante foi detetada pela primeira vez, afirmam que a ómicron não registou nenhum óbito, e parece estar produzindo sintomas leves.
No entanto, a variante é muito transmissível. O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) estimou na semana passada que a Ómicron pode ser responsável por “mais de metade de infeções” nos próximos meses, caracterizando-a como risco elevado.
Portugal registou hoje mais 21 mortes associadas à covid-19 e 3.417 casos de infeção, segundo o boletim epidemiológico da DGS.
De acordo com o boletim, desde o início da pandemia até hoje registam-se 1.172.420 casos de infeção confirmados e 18.572 mortes.