Sofia Martins foi, por estes dias, alvo de reconhecimento público por parte de dois clubes de futebol da Associação de Futebol de Braga, depois de ter auxiliado um atleta com um pé fraturado, durante o encontro entre o Guisande e o Soarense, da 18.ª jornada da 1.ª Divisão (série B) daquela associação distrital.
A jovem de 25 anos, natural de Braga e estudante da licenciatura em fisioterapia no CESPU, em Famalicão, é também uma das três fisioterapeutas ao serviço do Guisande durante esta temporada, e a destacada para a partida que decorreu no domingo à tarde, em Guisande.
Após uma disputa de bola entre o guarda-redes da equipa da casa e Tiago André, atleta do Soarense, este último acabou por ficar com os pés presos no colega, fraturando um deles de forma grave. O responsável pela fisioterapia do Soarense entrou em campo, mas como Sofia é estudante na área, soube desenrascar um cabo de um apanhador e uma liga para imobilizar o pé do atleta, até chegada da ambulância.
O árbitro principal João Alves, acompanhado pelos árbitros assistentes Tiago Pinto e João Lopes, mostrou o cartão à fisioterapeuta no final da partida, tanto pela engenhosidade com que desenrascou a imobilização de um futebolista em dor como por o ter feito sem que fosse dela a responsabilidade, uma vez que prestava serviço apenas ao Guisande, e não ao clube do atleta lesionado.
O ‘azarado’ Tiago André, entretanto internado no Hospital de Braga, já foi operado com sucesso, mas não deve jogar mais até final da época. Com 11 golos em 20 jogos, três deles nos últimos quatro, o avançado de Braga estava com o pé quente até este infortúnio, levando uma das melhores épocas da careira aos 29 anos.
Nas redes sociais, o Guisande, clube onde Sofia Martins presta serviço, agradeceu de forma especial “às duas equipas de fisioterapia” que assistiram o jogador, acompanhando o texto com uma fotografia onde Sofia Martins vê o cartão branco.
“O nosso agradecimento à Sofia que nunca abandonou o nosso atleta Tiago André e prestou todo o apoio necessário. A Sofia recebeu um cartão branco, assim como os nossos adeptos que estavam mais próximos e prestaram de imediato ajuda ao Tiago”, lê-se numa publicação do Soarense.
Em declarações a O MINHO, Sofia Martins considerou “importante haver este tipo de solidariedade pois nem todos os clubes têm fisioterapeuta que perceba mesmo da área”.
Para a fisioterapeuta, a existência do cartão branco é também um estímulo para que “se passem alguns valores” e que se perceba que a função de um fisioterapeuta no terreno de jogo é “ajudar”, independentemente das cores do atleta.