Estradas a evitar no Minho durante a chuva forte

Locais tradicionalmente afetados

A superfície frontal fria associada à tempestade Bert, que se fará sentir a partir do final da tarde deste domingo até às primeiras horas da madrugada, vai trazer muita chuva, sobretudo entre as 21:00 e a meia-noite, e existem alguns locais tradicionalmente afetados pela acumulação e onde a circulação é recomendada de forma cautelosa durante períodos de chuva intensa (ou após uma chuva intensa), e outros onde a recomendação passa a proibição.

Os locais vulneravelmente mais históricos perante a chuva forte e persistente são os centros das cidades e das vilas, sobretudo as que se situam ao pé de rios ou ribeiros que enchem rapidamente as condutas de águas pluviais, despejando toda a água para as ruas e estradas. Mas também as zonas rurais, com grandes cheias nos campos que ladeiam os rios geralmente a atravessarem estradas e a cobrirem pontes, levando a que alguns condutores sejam surpreendidos.

No entanto, as zonas de montanha também são bastante afetadas, sobretudo por causa das derrocadas.

Braga

A cidade dos Arcebispos, ladeada de colinas e atravessada por um rio que corre selvagem em plena urbe, é tipicamente a mais afetada em todo o Minho, embora seja também a que está mais avisada e uma das que melhor se prepara nestas ocasiões.

Túneis

A primeira infraestrutura rodoviária a evitar na cidade, como é óbvio, são os túneis, sobretudo o da Avenida João II, ao lado do hotel Meliã, de quem vem do Bom Jesus para a Rodovia (estrada que liga Braga à Póvoa de Lanhoso).

Túnel Santos da Cunha, em Braga. Foto: DR

Contudo, sempre que chove, a Proteção Civil tem proibido a circulação naquela estrada, colocando barreiras físicas para que nenhum condutor ali seja surpreendido, até porque a água costuma acumular de tal maneira que pode perfeitamente cobrir uma viatura por completo.

Rua da Bosch

A Rua Maria Amélia Bastos Leite, mais conhecida como “rua da Bosch”, por se encontrar ao lado da fábrica alemã, é o local mais afetado pelas cheias do rio Este, levando a que haja ocorrências com viaturas parcialmente submersas quase sempre que chove com maior intensidade.

A proximidade com o leito do rio, que aumenta o seu poder naquele local de saída da cidade e entrada em zonas mais rurais, leva a que seja demasiado tarde quando os condutores se apercebem que a chuva que naquele momento cai poderá ser um problema para a viatura estacionada naquela rua.

Rotunda junto ao Braga Parque

Outro dos locais tradicionalmente atingidos pelos rápidos dilúvios que se abatem no chamado ‘penico do céu’ é a rotunda da Rua Fernando Guimarães, por debaixo da EN 101, que dá acesso ao centro comercial Braga Parque. Embora não haja registos recentes de necessidade de resgatar pessoas de viaturas, este é um dos locais que mais rapidamente inunda, provocando problemas no trânsito e também nas viaturas, que por vezes ficam inoperacionais.

Foto: fernando Araújo
Foto: fernando Araújo

Avenida António Macedo

A Avenida António Macedo, que liga a Estação ao Hospital, tem um local de declive afunilado onde tradicionalmente ocorrem cheias, levando a que, como medida preventiva e sempre que vem mau tempo, a Proteção Civil levante as tampas dos escoadores das águas pluviais de forma a impedir que as folhas que agora vão caindo das árvores não causem obstrução.

As Infraestruturas de Portugal resolveram cortar as árvores que se situavam junto ao local mais crítico para evitar esta situação, mas mesmo assim os ‘bueiros’ entopem quando a chuva é intensa.

Avenida Frei Bartolomeu dos Mártires (saída para a Makro)

Outro dos locais tipicamente atingidos pelas cheias repentinas durante o mau tempo em Braga é a Avenida Frei Bartolomeu dos Mártires, nas saídas para a zona comercial onde se situa a Makro, debaixo de um viaduto.

Em junho de 2021, dois colaboradores da empresa Piscinas Ramos, com sede na Avenida João XXI, na cidade de Braga, viram a viatura da empresa onde seguiam ficar retida pela rápida inundação na Avenida Frei Bartolomeu dos Mártires, debaixo do viaduto que dá acesso à Makro, depois de uma intensa chuvada que se abateu sobre a cidade, entre as 18:00 e as 18:30.

Foto: DR
Foto: O MINHO
Foto: André Pires
Foto: André Pires

Quase sempre que chove, algum condutor lá fica retido, levando à atuação dos bombeiros. O problema ali é o entupimento dos sumidouros de águas pluviais com folhas da vegetação que rodeia o local, bastante ajardinado.

Rotunda da Rodovia

Outro local atingido quando chove, por entupimento de bueiros, é a chamada rotunda da Rodovia, junto àquele parque desportivo.

Tanto no acesso para o lado do centro comercial Braga Parque como para a zona do Minho Center, é habitual que a água ocupe pelo menos metade da faixa de rodagem, levando a que os condutores sejam obrigados a conduzir com bastante precaução.

Barcelos

Rua do Queimado (acesso ao IPCA)

No final de 2022, em Barcelos, na Rua do Queimado, nas imediações do Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA) e do supermercado Lidl, quatro carros foram rebocados depois de terem ficado retidos com a chegada rompante de muita chuva acumulada que caiu em pouco espaço de tempo.

Rua do Queimado (2022). FOTO: JOÃO CONSTANTINO / O MINHO
Rua do Queimado (2022). FOTO: JOÃO CONSTANTINO / O MINHO
Rua do Queimado (2022). FOTO: JOÃO CONSTANTINO / O MINHO
Rua do Queimado (2022). FOTO: JOÃO CONSTANTINO / O MINHO

No primeiro dia do ano de 2023, e conforme O MINHO noticiou, a ribeira que ladeia a rua voltou a galgar as margens, levando ao corte preventivo daquela estrada.

FOTO: PEDRO GONÇALO COSTA / O MINHO
FOTO: PEDRO GONÇALO COSTA / O MINHO
FOTO: PEDRO GONÇALO COSTA / O MINHO

EN308

Em 2023, seis ocupantes de uma carrinha de nove lugares tiveram de ser retirados da viatura com ajuda dos bombeiros depois de a mesma ter ficado retida na Rua Maria Eugénia Novais, em plena Estrada Nacional 308, em Balugães, concelho de Barcelos.

EN 308, em Barcelos. Vídeo: O MINHO

Viaduto da EN 103 junto ao rio Cávado

Em janeiro deste ano, um condutor foi surpreendido pela elevada altura da água na Rua Industrial, em Vila Frescaínha São Pedro, Barcelos, junto ao rio Cávado.

A viatura circulava naquele caminho municipal quando entrou no viaduto debaixo da EN 103, ficando retido pela água.

Ao que apurou O MINHO, o homem teve de se colocar em cima dos bancos, mas mesmo assim a água subiu de tal forma em poucos minutos que chegou a atingir-lhe os pés. Pouco passava das 08:30 quando aconteceu.

Foto: joão constantino / O MINHO

O homem acabou por conseguir chamar por auxílio e ainda teve tempo de rebocar o carro antes da chegada da GNR de dos Bombeiros, que já não deram com nenhuma ocorrência para além de uma mera inundação.

Foram levantadas as grades das caixas de água e a inundação ficou resolvida.

O local fica situado numa zona de inclinação que afunila por debaixo do viaduto, causando assim uma enchente rápida quando a precipitação é abundante e persistente.

Na rua ao lado, junto á igreja paroquial, em junho deste ano, um homem ficou retido no automóvel também devido à chuva que se abateu e à subida das águas do rio Cávado, acabando por ser resgatado pelos bombeiros.

Guimarães

Um dos casos mais alarmantes dos últimos tempos, em Guimarães, ocorreu em Serzedelo, em setembro de 2021, à entrada da autoestrada A7, depois de uma forte chuvada ter provocado a acumulação de águas pluviais, retendo duas viaturas que estariam estacionadas na berma.

Ao que apurou O MINHO na altura junto dos Bombeiros de Riba de Ave, que se deslocaram para o local, a retenção da água deveu-se à obstrução das condutas de escoamento das águas, que estariam com resíduos acumulados.

FOTO: REDES SOCIAIS
FOTO: REDES SOCIAIS

Depois de desobstruídas as sarjetas, a circulação voltou a ocorrer normalmente naquela via.

Famalicão

Um dos pontos a ter em conta quando chove em Famalicão é na Estrada Nacional 206, que liga aquela cidade a Barcelos. No troço junto à chamada Veiga de Nine, que habitualmente é a primeira da região a ser inundada pelo rio Este quando chove mais que a conta.

Em outubro do ano passado, era possível navegar de barco de borracha por cima dos campos submersos, mesmo junto à estrada nacional.

Foto: Cortesia Cidade Hoje

Viana do Castelo

As imediações da Ponte Eiffel, seja na estrada ribeirinha como na praça da Galiza, são sempre os locais mais afetados em Viana do Castelo quando chove muito e o rio Lima decide começar a invadir terra. Também por diversas vezes foi necessário resgatar pessoas de dentro de carros naquele local.

Recentemente houve uma inundação junto à Praça da Galiza (em frente ao restaurante Náutico e à marina), levando a que a PSP cortasse o acesso à via mais próxima da frente ribeirinha, que está inserida no troço da Estrada Nacional 202.

FOTO: JOCA FOTÓGRAFOS / O MINHO
FOTO: JOCA FOTÓGRAFOS / O MINHO

Em outubro do ano passado, pelo que apurou O MINHO no local, dois carros ficaram retidos na água, sendo necessária a intervenção dos Bombeiros. Apesar da subida rápida do nível da água ter surpreendido, os condutores conseguiram sair das viaturas pelos próprios meios, mas apanharam um grande susto.

FOTO: JOCA FOTÓGRAFOS / O MINHO
FOTO: JOCA FOTÓGRAFOS / O MINHO
FOTO: JOCA FOTÓGRAFOS / O MINHO

Túnel da Areosa

Também em Viana do Castelo, um local onde habitualmente ocorrem inundações que levam ao resgate de pessoas dentro de viaturas é no túnel junto ao Minipreço. Pelo menos por duas vezes, no último ano, ocorreram situações de cheias rápidas a inundar o túnel por completo.

FOTO: JOCA FOTÓGRAFOS / O MINHO
FOTO: JOCA FOTÓGRAFOS / O MINHO
FOTO: JOCA FOTÓGRAFOS / O MINHO
Foto: DR

Ponte de Lima

Túnel da ponte da Senhora da Guia

Em abril de 2021, um carro ficou preso no túnel da Senhora da Guia, na entrada da vila de Ponte de Lima, devido a uma inundação. O único ocupante do veículo era o condutor que foi retirado sem quaisquer ferimentos.

O comandante dos Bombeiros de Ponte de Lima, Carlos Lima, adiantou na altura a O MINHO que o local ficou com cerca de um metro de altura de água. A viatura teve de ser rebocada.

FOTO CEDIDA A O MINHO POR FILIPE ARAÚJO

As inundações naquele local são frequente quando chove muito num curto espaço de tempo.

Os Bombeiros de Ponte de Lima mobilizaram para o local três operacionais e uma viatura para proceder a trabalhos de desentupimento e escoamento da água.

Em maio do ano seguinte, após um episódio de aguaceiros fortes numa manhã de domingo, um carro ficou retido no mesmo túnel, depois de as águas terem subido mais de um metro.

Foto: DR
FOTO CEDIDA A O MINHO POR FILIPE ARAÚJO

Os Bombeiros de Ponte de Lima acabaram por retirar a viatura de entre as águas e procederam ao desentupimento das estruturas de águas pluviais, de forma a escoar o acumular de precipitação.

Avenida 25 de Abril e areal da ponte velha

Muita chuva é sinónimo de cheias no areal de Ponte de Lima, e quase toda a gente sabe disso. Contudo, não faltam distraídos, ora porque não conhecem o histórico pluvial do sítio ou porque simplesmente não acreditam nas previsões meteorológicas (ou andam distraídos), teimam em deixar lá as viaturas, resultando em imagens como temos visto nos últimos dias.

Ainda ontem de manhã, dois carros que estavam estacionados no areal em Ponte de Lima ficaram submersos devido à rápida subida do caudal do rio. Os Bombeiros de Ponte de Lima foram ao local para rebocar as viaturas da água. O alerta foi dado por volta das 07:30.

Com Pedro Luís Silva, Pedro Gonçalo Costa, Joaquim Gomes e João Constantino.

 
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