Declarações após o jogo da 25.ª jornada da I Liga de futebol entre Gil Vicente e Estoril Praia, que decorreu hoje em Barcelos (0-0).
Ricardo Soares (treinador do Gil Vicente): “Estou muito satisfeito com os jogadores, tentámos de várias formas, mas encontrámos uma equipa que fez pouco para jogar. Nós fomos iguais a nós próprios, tentámos tudo, com um futebol positivo, criámos muitas oportunidades de golo, contra uma equipa que se organizou bem defensivamente e se aglomerou bem cá atrás, que fez pela vida, mas gostava que tivesse havido três equipas que quisessem jogar, mas só houve uma.
Claramente, foram dois pontos perdidos. O Estoril é uma equipa difícil, que joga muito para trás e para os lados, nós queríamos recuperar a bola e ela estava constantemente a chegar ao guarda-redes, obrigou-nos a um gasto energético muito grande. Vínhamos de um jogo muito difícil no Dragão, em que jogámos com menos um 90 e tal minutos e só tivemos cinco dias para recuperar.
Não fomos eficazes, mas é um orgulho muito grande treinar estes rapazes, a equipa teve um equilíbrio muito grande nesta fase final, não fugiu do seu processo de jogo e nunca se enervou.
[Protestos no final] Isso é porque eu, se calhar, deveria falar e gesticular menos, mas faz parte da minha forma de comunicar. Disse ao árbitro que todos queremos um futebol positivo, bem jogado, os meus jogadores não rodeiam árbitros, nem simulam penáltis ou faltas, tento a todo o custo que isso não aconteça.
Já tive várias reuniões de treinadores para acabar de uma vez por todas com o antijogo, para que os jogos possam ter mais minutos. Até acho que foi o Sérgio [Conceição] que, numa dessas reuniões, disse, e bem, que não fazia sentido essas reuniões sem os árbitros presentes. Ainda na última jornada, contra uma grande equipa e com menos um, não fizemos antijogo nem o retardámos.
O Estoril fez o que entendeu que era melhor, utilizou todas as estratégias e resultou porque levou um ponto daqui. Teve o seu mérito. Não quero fazer disto um caso, mas disse ao árbitro que quatro minutos [de descontos] não faz sentido nenhum.
Não ter ganhado deixou-nos com alguma tristeza, porque acho que fizemos o suficiente para ganhar, mostrámos ambição tremenda. Vamos continuar a jogar em que campo for, contra quem for, pela vitória, dentro deste processo de jogo e desta identidade”.
Bruno Pinheiro (treinador do Estoril Praia): “Se houve mais medo de perder do que vontade de ganhar? Sim, a história do jogo é um pouco por aí. Começámos bem, mas com o passar do tempo, contra uma equipa que está mais confortável porque tem tido belíssimos resultados, por mérito próprio, e nós, por outro lado, com alguma irregularidade de resultados. Temos estado bem, a entrar a ganhar, mas depois temos perdido alguns nas partes finais, pelo que é normal esta intranquilidade com o aproximar do apito final porque não queremos desperdiçar pontos nos últimos minutos.
Foi um jogo extremamente difícil, contra uma equipa muito bem trabalhada, com muita qualidade coletiva e individual, considero que é um ponto importante para nós.
[Não ter sofrido golos] O trabalho não foi por aí além, jogámos domingo, basicamente foi recuperar atletas, nem sempre dá para trabalhar tudo. No último jogo [2-3, com o Boavista], sofremos dois golos de cabeça, estava muito vento o que não ajudou nada a defender essas bolas, mas a equipa tem estado bem”.