Declarações no final do encontro Marítimo-Vitória SC (1-2), da 30.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol:
– Moreno (treinador do Vitória SC): “Esteve lá hoje tudo em campo. Nem sempre bem jogado, mas com a resposta daquilo que é competir a este nível.
Não há equipa que jogue nos Barreiros e que para ganhar cá não tenha que ter uma pontinha de sorte. Também a tivemos. O Marítimo criou várias oportunidades, mas isto é o nosso campeonato.
Não queria alongar-me muito sobre técnicas e táticas do jogo, mas focar-me muito, e valorizar muito, o caráter destes atletas. E vocês podem dizer que foi por ter vencido que estou a falar nisto, mas não. Dar uma resposta num ambiente destes, depois da semana que nós tivemos, só grandes profissionais podem fazê-lo.
[Sentiu algum “menino mimado”?]: Fiz e falei o que tinha de falar naquele momento e a mim o que me deixa bastante satisfeito é a resposta que depois o grupo dá. Não tenho nenhuns meninos mimados. Disse-o na semana passada e o meu grupo de trabalho sabe porque o disse. E repito o que disse na antevisão: para estar a este nível não chega só talento”.
– José Gomes (treinador do Marítimo): “Produzimos e construímos oportunidades de golo mais do que suficientes para vencer o jogo, mas temos de nos penitenciar, porque são erros.
Ainda não vi as imagens, mas dá-me a ideia que duas delas, na segunda parte, somos nós que impedimos a entrada da bola na baliza. Temos de melhorar nesse capítulo, continuar a trabalhar e a implementar esta dinâmica positiva de jogo pragmático e cometer menos erros.
Sentimos uma grande frustração, porque estamos a chegar com condições de poder converter em golo e não fazemos.
No lance do segundo golo, um adversário passa pelo Zainadine e toca-lhe na perna, num primeiro momento pensava que tinha escorregado, mas não, o que permitiu que o adversário ficasse sozinho.
Depois, há ali um desacerto, mas, repito, o Zainadine parecia que tinha escorregado, mas não escorregou e deu o segundo golo. E o primeiro nasce de uma falta que ficou por marcar sobre o Riascos e de um ‘mergulho’ do Jota [Silva]. Transformaram um amarelo, que ele devia ter visto, num penálti contra.
Em termos de futebol, trabalhámos e criamos o suficiente para vencer. Não vencemos porque não marcámos e aí temos que nos penitenciar a nós próprios e procurar essa eficácia, mas a forma como estamos a jogar, a dinâmica, a energia que os jogadores meteram no jogo para tentar vencer, são sinais de otimismo para o futuro.
[Questionado sobre uma “força externa” que não permite ao Marítimo avançar] Já abordei este tema na antevisão ao jogo. Sei que é muito difícil ser árbitro e nestas partes finais dos campeonatos há sempre uma tensão e pressão maior.
Da minha parte, vou continuar focado em ajudar os meus jogadores a melhorarem na parte técnica, na esperança de que as equipas de arbitragem que nos vão acompanhar, nos jogos que vamos ter contra os adversários que temos pela frente, sejam equipas que contribuam para a verdade desportiva.
Espero que nestas finais que temos até ao fim, que essa terceira equipa, que tem sempre uma dificuldade muito grande em fazer o seu trabalho, possa ser um elemento neutro e justo.
O que sei é a forma como os jogadores estão a trabalhar e a energia que estão a colocar nos desafios que têm pela frente, esse trabalho vai ser premiado com a manutenção do Marítimo”.