As atividades artísticas, de musicoterapia, teatro, biblioterapia, psicodrama, pintura, moldagem, artesanato, e outras, “podem ser usadas para completar ou aprimorar os protocolos de tratamento clínico de pessoas com diversos tipos de doenças, físicas ou psicológicas”.
É este o conceito científico do novo espaço terapêutico, o SensorialArte, ontem, inaugurado no Centro Social Paroquial de Sobreposta, Braga, pelo presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio.
O novo espaço, cedido pela ipss de Sobreposta, é uma nova componente do centro de cuidados integrados ‘SensorialMente’, de Braga

O projeto é pioneiro – disse ao o MINHO a diretora da vertente SensorialArte, Elsa Dourado – “na implementação de um acompanhamento completo e eficaz a nível clínico, terapêutico e de consultoria, com serviços diversos”.
O corpo clínico – salientou – dá resposta a variados níveis, desde a nutrição e a psicologia clínica, psicomotricidade e terapia da fala, passando por análise comportamental e apoio socio-familiar e ocupacional e gerontolongia, mas também por massagens terapêuticas e de relaxamento e musicoterapia.
Sala multissensorial
O Centro – acrescentou – integra uma sala multissensorial devidamente equipada para o desenvolvimento de inúmeras terapias, entre elas a de Snoezelen – uma técnica indicada para estimular competências cognitivas, comportamentais, sociais e motoras, através de estímulos sensoriais.
O SensorialArte “vem juntar a vertente artística à vasta oferta já existente, permitindo aos utentes uma oportunidade de se sentirem valorizados e de expressarem a sua criatividade”.

Este novo espaço, “pretende ser uma resposta terapêutica e humanizante (perante lacunas e carências hodiernas observadas nos diversos contextos sociais), que influenciará a saúde dos usuários – pacientes e cidadãos em geral – de forma francamente positiva”.
“Desde Carl Jung e Nise da Silveira (ambos médicos psiquiatras) ficou demonstrado que a Terapia pela Arte melhora a disposição anímica e a saúde dos indivíduos quando vivenciam tais processos criativos”, explica, sublinhando que se trata de uma metodologia que dialoga com o inconsciente como nenhuma outra.
A SensorialArte está preparada para receber populações heterogéneas na realização de atividades artísticas nas quais se abre um campo de conhecimento que visa percorrer e reconstruir um novo caminho de humanização na saúde dos indivíduos.
A SensorialArte tem como foco a Arte-Terapia, pois “permite conhecer situações vividas e as habilidades do sujeito, extremamente útil no diagnóstico; é o único instrumento possível para trazer à consciência determinados conteúdos expressivos que não podem ser verbalizados; e, enfatiza a importância da expressão comunicativa como processo relacional de auto-descoberta, perante si, os outros e o mundo”.
E acrescenta aquela especialista: “é validada no campo da reabilitação, fortemente marcada pela preocupação da inclusão sócio-cultural e da dignidade humana e combate o sofrimento, a solidão e o isolamento, em especial dos mais idosos, pessoas com deficiências e/ou problemas orgânicos, usuários de serviços de saúde mental, jovens e crianças marginalizadas”.
E conclui: “De acordo com diversos trabalhos de investigação, os indivíduos ao criar, participar e fazer arte sentem melhoras significativas na sua saúde. Por exemplo, constata-se a redução dos efeitos colaterais no tratamento oncológico incluindo sonolência, falta de apetite, falta de ar, náusea e pressão arterial, como de modo geral, se observa a redução da ansiedade e estados dolorosos físicos e psíquicos.