Declarações após o encontro FC Porto-Vitória SC (3-0), da primeira jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado na segunda-feira:
– Luís Pinto (treinador do Vitória SC): “Penso que a nossa entrada até foi melhor, com a primeira oportunidade logo no início. Até ao primeiro golo, sinto que o jogo foi equilibrado, bastante dividido. Sentimos a pressão do FC Porto, mas julgo que a equipa estava bem, a encontrar os espaços, foi uma questão de eficácia nesse momento.
Depois do golo, sentimos um bocadinho esse momento e que até ao intervalo o FC Porto conseguiu ascendente, com chegada à baliza. Com a envolvência do estádio, tornou-se forte em tudo o que eram reposições rápidas e na agressividade, com o dobro das faltas que nós tivemos.
Temos de pegar no que podemos deste jogo e enriquecer a equipa da forma que queremos. Este jogo vai-nos dar algumas coisas. Percebemos que temos que ter um nível de concentração altíssimo, temos que ter um nível de exigência e rigor sempre muito altos. Acredito que isso fez um bocadinho de diferença no resultado final.
Se nós achássemos que à primeira jornada não teríamos muito trabalho pela frente, estaríamos a olhar para as coisas de uma forma errada. Depois, quanto às questões de aprendizagem com este jogo, não acredito que o sistema tático tenha tido influência. As dinâmicas do sistema e a forma como temos de encarar os lances individuais com maior rigor foram aspetos mais presentes do que a estrutura.
O Alioune Ndoye estreou-se porque tem características físicas diferentes do restante plantel e uma capacidade de atacar a profundidade muito interessante. Além disso, como chegou agora, não tinha tido oportunidade de se estrear e queríamos que sentisse um pouco o que é jogar pelo Vitória de Guimarães e a exigência dos nossos adeptos”.
– Francesco Farioli (treinador do FC Porto): “Foi um dia muito particular e especial para nós. É claro que esta vitória se destina a Jorge Costa. Acima de tudo, a melhor parte foi o espírito que a equipa demonstrou em campo. Essa era uma das principais obsessões do Jorge e tudo passou por isso, o espírito esteve lá.
Estivemos agressivos com a bola e sem a bola. Marcámos um golo muito rápido e conseguimos outro golo ainda no primeiro tempo. Todo o estádio estava com uma vibração positiva, que criou este ambiente incrível, com o estádio a torcer e a saltar os 90 minutos. Foi ótimo e estou ansioso por continuar. Claro que temos de ter este espírito em todos os jogos e espero que o estádio esteja cheio durante toda a temporada.
[Sobre as lesões] A retirada do Bednarek foi apenas uma medida preventiva, quanto ao Martim Fernandes é muito cedo para percebermos, teremos de avaliar.Estamos no caminho certo, certamente, mas ainda não é um trabalho completo. No início da segunda parte, perdemos um pouco de ritmo, o controlo do jogo com bola desapareceu. Tivemos alguns erros técnicos que conduziram a outros. Há muitas coisas a melhorar.
Do ponto de vista físico, não estivemos mal, mas ainda estamos longe de onde queremos estar. Jogámos contra uma equipa que causou muitos problemas aqui no Dragão nos dois últimos confrontos.
O Rodrigo Mora foi um jogador muito importante na última temporada e será nesta também. Não há dúvida que é muito talentoso, mas como treinador tive de tomar opções. As dinâmicas do jogo fizeram-me tomar outras opções. Estou ciente do que representa para o clube e também para mim. É uma grande responsabilidade minha ter este nível de talento para desenvolver.
O Pepê quer ter um papel importante no FC Porto, está muito motivado. Numa entrevista, expressou o desejo em continuar. Quando tens jogadores deste nível neste momento de maturidade, tudo corre bem. Para além do que fez com bola, o sacrifício sem ela foi notável.
É quase impossível descrever o que sentimos esta semana, os jogadores tiveram de permanecer todos juntos para se ajudarem. Focaram-se no jogo, mas sempre com o respeito, com uma memória clara do Jorge Costa”.
