Declarações dos treinadores na sala de imprensa do estádio de São Miguel, em Ponta Delgada, após o encontro entre Santa Clara e Famalicão (1-3), a contar para a 21.ª jornada da I Liga de futebol.
– João Pedro Sousa (treinador do Famalicão): “Na primeira parte, jogámos a favor do vento. Tínhamos de optar por uma determinada estratégia. Na segunda parte, contra o vento, teria de ser de forma diferente. A única coisa que tentámos melhorar e corrigir foi no momento em que apresentámos alguma dificuldade em controlar o adversário, com o jogo muito direto do Santa Clara, a procurar a sua referência na frente. Tivemos dificuldade em ganhar as primeiras bolas.
Em vários momentos, o Santa Clara conseguiu criar perigo: foi a questão da grande penalidade e do golo anulado e de uma ou outra situação. Controlado esse momento, não permitimos nada ao Santa Clara. Nós fomos tentando aquilo que costumamos fazer: ferir o adversário várias vezes, com situações de cruzamento e muita gente em zonas de finalização. Foi o que fizemos. Conseguimos chegar à vitória. Acho que é uma vitória justa.
Raramente falamos dos adversários que estão atrás de nós. É uma exigência muito própria, muito do clube, muito do nosso grupo. Sabíamos que não podíamos continuar nessa classificação e sabíamos que tínhamos muito de trabalhar. Olhamos muito para o nosso trabalho. Este era um jogo importante e fundamental para subirmos mais lugares na tabela classificativa”.
– Jorge Simão (treinador do Santa Clara): “O jogo foi repleto de várias incidências, incidências marcantes no desfecho final. Começa com um penálti que não foi convertido, passa por um golo que não foi contabilizado, depois um golo logo a abrir a segunda parte para o adversário.
Conseguimos empatar e depois aquela confusão [com as duas expulsões] acaba, claramente, por beneficiar mais o adversário, que ficou sem o seu ponta de lança. Nós ficámos sem um defesa. Eles puderam continuar a jogar da forma como estavam. Nós tivemos de fazer uma alteração, que não trouxe a estabilidade que precisávamos para continuar. Emocionalmente, acho que iríamos estar por cima do jogo se não fossem os incidentes no lance da igualdade.
Se há alguma palavra que quero dar publicamente aos jogadores é um elogio, porque acho que não há nada que se possa apontar a estes jogadores. Alterámos não só os jogadores, mas também a forma como jogamos. Fiquei contente com o que vi.
Não sou de meias palavras. Ficou mais difícil. Menos jogos para conquistar pontos. Mas a vida não acabou hoje para o Santa clara. Para este grupo de trabalho, a vida não acabou hoje. A cada jornada que passa sem conseguirmos somar os três pontos, vão-se avolumando as dificuldades. O objetivo é claro para o clube. A única possibilidade é continuar a trabalhar”.