Sobreviveram à razia de árvores, sobretudo castanheiros e sobreiros, que ocorreu no século 16 de forma a construir naus que levassem Portugal aos quatro cantos do Mundo.
Viveram o mesmo período em que desapareceu D. Sebastião, quando Portugal foi um reinado fantoche de Espanha, as invasões napoleónicas e a partida de milhares de minhotos para França, primeiro para serem carne para canhão na guerra mundial contra o Império Alemão e, depois, como emigrantes de um país com um regime que não lhes dava oportunidades.
Graças a um levantamento realizado pela Câmara de Valença, agora divulgado a propósito do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, foram listadas as espécies arbóreas mais antigas daquele concelho do Alto Minho, percebendo-se que existem várias com mais de meio milénio de existência.
No monte de Faro, freguesia de Ganfei, onde existe um basquete que também foi referenciado como património verde de Valença, e, de acordo com a Câmara, trata-se de um sobreiro com mais de 550 anos. Presume-se que esta será a árvore mais antiga ainda viva naquele concelho.
Recorde-se que no período em que esta espécie nasceu eram necessárias entre 2000 e 4000 árvores para construir uma única nau. E Portugal tinha naus a caminho de todos os pontos do globo, até para a Gronelândia, na rota do bacalhau.
De seguida, no concelho de Valença, existem três árvores com cerca de 500 anos: o “sobreiro da Gabiarra”, junto à Fortaleza, e outros dois sobreiros, um em Sanfins e outro em Taião. Com 200 anos foram listados dois carvalhos, um em Sanfins e outro em Verdoejo, e uma magnólia, junto à Fortaleza. Também o Eucalipto de Fontoura, em Fontoura, regista cerca de dois séculos de vida.
De acordo com a autarquia, no dia 19 de maio, com início às 13:30 nas Portas do Sol haverá uma visita para todo os interessados no Património Natural Monumental, com deslocação em autocarro do Município, sendo necessária a inscrição prévia através do email: [email protected].