Estaleiros de Viana empregam 1.200 trabalhadores e o futuro é “promissor”

Carteira de encomendas “sólida” para os próximos anos

O ‘chairman’ da Martifer, Carlos Martins, disse hoje que o futuro dos estaleiros de Viana do Castelo “é promissor”, por ter uma carteira de encomendas “sólida” para os próximos anos, empregando 1.200 trabalhadores.

“O futuro é promissor. A nossa carteira de encomendas é sólida. Na recuperação naval temos os anos de 2025 e 2026 completamente tomados. Na área da construção, acabamos de entregar um novo navio, na semana passada e temos mais 11 navios para construir”, afirmou Carlos Martins.

Atualmente, os estaleiros empregam mais de 1.200 trabalhadores.

Segundo o responsável, que discursava nos estaleiros da WestSea, em Viana do Castelo, na cerimónia de corte da chapa para a construção do primeiro de seis Navios Patrulha Oceânicos (NPO) para a Marinha Portuguesa, adiantou que, “se mais capacidade os estaleiros tivessem, maior seria a carteira de encomendas, por existirem tantas solicitações no mercado”.

A construção dos seis NPO para a Marinha portuguesa, pelo preço global de até 300 mil euros euros, foi adjudicada à sociedade WestSea – Estaleiros Navais, participada detida a 100% pelo grupo Martifer, em dezembro de 2023.

A conclusão do processo de aquisição dos NPO para substituir as antigas corvetas da Marinha está prevista para 2031.

Carlos Martins realçou que, na “última década, os estaleiros da WestSea repararam mais de 500 navios de médio porte, maioritariamente para clientes internacionais, e construíram mais de 20 novos navios, sobretudo navios cruzeiros para os rios, mas também para os oceanos”.

Onze anos depois da atribuição da concessão dos estaleiros de Viana do Castelo à Marifer, foram investidos “mais de 60 milhões de euros na reabilitação dos estaleiros com mais 60 anos, desde edifícios e docas e equipamentos”.

“Este estaleiro recuperou a capacidade de construção de navios de médio porte em Portugal. A recuperação da capacidade de construção deste estaleiro deve-se a dois clientes muito importantes: à Marinha Portuguesa e ao doutor Mário Ferreira que desde a primeira hora estiveram, connosco na recuperação da construção deste estaleiro”, referiu

Sobre os seis novos NPO, Carlos Martins destacou o avanço tecnológico relativamente aos últimos quatro que também foram construídos em Viana do Castelo.

“Este navio NPO, sendo irmão dos quatro que já foram construídos, está tecnologicamente à frente no estado da arte. O mundo mudou e os navios também. São capazes de responder aos novos requisitos de uma Marinha moderna que responde às solicitações mais diversas”, frisou.

Segundo o responsável, “a sua conceção integra o que de melhor a tecnologia oferece, reforçando a posição da WestSea enquanto referência na construção desta classe de navios”.

“A construção deste navio deve ser a alavanca necessária para convencer novos clientes. Contamos com a Marinha para nos ajudar neste novo esforço comercial. A Marinha sabe bem o que quer e, quando assim é, torna-se tudo muito mais fácil”, observou.

Para o ministro da Defesa, Nuno Melo, a cerimónia de corte da primeira peça para a construção do (NPO) que vai receber o nome da cidade do Porto, grande dia para o futuro da Marinha e, através da Marinha um dia muito significativo para Portugal.

Nuno Melo destacou que a “nova geração dos NPO vai colocar a Marinha Portuguesa na vanguarda do seu destino e vocação” e realçou que os navios “são portugueses da proa à popa”.

“São navios totalmente projetados em Portugal, serão construídos em estaleiros nacionais, por portugueses e terão o envolvimento da base tecnológica industrial da defesa nacional”, disse.

Com um preço unitário de 48,2 milhões, para Nuno Melo os seis NPO representam “um investimento virtuoso e necessário” e “um compromisso do Governo com a necessidade de renovação dos meios navais e a prontidão da Marinha”.

“Falamos de uma oportunidade que irá catalisar o desenvolvimento tecnológico, gerar conhecimento, assegurar empregos que queremos que sejam cada vez mais, mas altamente especializados, impulsionando o ‘cluster’ das indústrias do mar e da economia azul, gerando valor e riqueza para a economia nacional”.

 
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