Estados Unidos e União Europeia condenam “ataque à democracia” no Brasil

Invasão em Brasília
Supremo Tribunal Federal ficou assim. Foto: Agência Brasil

O encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Douglas Koneff, condenou “veementemente” a invasão por apoiantes de Bolsonaro às sedes dos poderes brasileiro, considerando que se tratou de “ataques à democracia”.

“A violência não tem lugar em nenhuma democracia. Condenamos veementemente os ataques contra as instituições dos poderes executivo, legislativo e judicial em Brasília, que são também um ataque à democracia”, disse Koneff, numa mensagem na rede social Twitter.

Segundo o diplomata, “não há justificação para estes atos”.

Esta mensagem foi igualmente divulgada na página oficial na Internet da Embaixada dos EUA em Brasília, que alertou para um “protesto antidemocrático” que se tornou violento em Brasília, instando os cidadãos norte-americanos a evitar aquela zona.

Europa condena violência

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, afirmou-se hoje “profundamente preocupada” com a violência em Brasília, onde apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram sedes dos poderes, e defendeu que “a democracia deve ser sempre respeitada”.

“Profundamente preocupada com o que está a acontecer no #Brasil. A Democracia deve ser sempre respeitada”, afirmou hoje Roberta Metsola, numa publicação na rede social Twitter.

A líder afirma que o Parlamento Europeu “está ao lado do Governo” do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e “de todas as instituições legitima e democraticamente eleitas”.

Por seu lado, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, expressou hoje a sua “condenação absoluta” do “ataque às instituições democráticas” no Brasil e transmitiu o “total apoio” do bloco ao Presidente Lula da Silva, que tomou posse há uma semana, após a vitória na segunda volta das eleições presidenciais, em 30 de outubro, sobre Jair Bolsonaro, que procurava a reeleição para um segundo mandato.

Também no Twitter, Michel recordou que Lula foi eleito “democraticamente”, em eleições que foram “justas e livres”, ao contrário do que o ex-presidente Jair Bolsonaro defendeu durante estes meses.

Por sua parte, o alto representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, expressou o seu “desânimo” perante as “ações violentas e ocupação ilegal” de instituições por milhares de “extremistas”.

“A democracia brasileira prevalecerá sobre a violência e o extremismo”, sublinhou, no Twitter.

Também o Presidente francês, Emmanuel Macron, recorreu à mesma rede para defender que “a vontade do povo brasileiro e as instituições democráticas devem ser respeitadas!”.

Lula da Silva, acrescentou o líder francês, “pode contar com o apoio incondicional da França”.

O chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, também transmitiu no Twitter “todo” o seu “apoio” ao chefe de Estado brasileiro e “às instituições eleitas livre e democraticamente pelo povo brasileiro”.

“Condenamos veementemente o assalto ao Congresso do Brasil e pedimos o regresso imediato à normalidade democrática”, referiu ainda o primeiro-ministro espanhol.

O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, decretou hoje a intervenção federal na área de Segurança Pública de Brasília e disse que todos os responsáveis pelas invasões das sedes dos poderes executivo, legislativo e judiciário serão punidos.

Centenas de apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram hoje o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), sedes do poder legislativo, executivo e judiciário, numa manifestação em que pedem uma intervenção militar para derrubar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma semana após a sua tomada de posse.

Os manifestantes avançaram e furaram as barreiras montadas pela polícia, com imagens dos invasores dentro do salão verde do Congresso, dentro e fora do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), a serem divulgadas nas redes sociais A polícia brasileira usou gás lacrimogéneo para tentar, sem sucesso, travar os manifestantes.

 
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