A casa e quinta da Covilhã, em Fermentões, Guimarães, que têm a “marca” do arquiteto Fernando Távora e que foram o seu “refúgio de lazer”, estão em vias de classificação como monumento de interesse público.
Em anúncio publicado hoje em Diário da República, a diretora-geral do Património Cultural dá conta da “intenção” de propor à secretária de Estado da Cultura aquela classificação, com fundamento em parecer da Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura.
O processo de classificação fica em consulta pública durante 30 dias úteis, devendo os interessados apresentar as suas observações junto da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN).
O pedido de classificação da Casa e Quinta da Covilhã deu entrada na DRCN em agosto de 2017, sendo subscrito por diversas personalidades, entre as quais os arquitetos Siza Vieira e Souto Moura.
Datada de 1533, a casa foi herdada, nos anos 70 do século passado, por Fernando Távora, que “riscou” o projeto de reabilitação e restauro do imóvel.
Na proposta de abertura do procedimento de classificação, uma técnica da DRCN sublinha o valor arquitetónico do imóvel, “como obra notável de recuperação e restauro, marcante no panorama da arquitetura portuguesa”.
Destaca ainda o “valor técnico-científico associado à originalidade, raridade e singularidade da obra, de tal forma que se constitui exemplo e caso de estudo e investigação para várias gerações de arquitetos”.
Em relação à quinta, que inclui um monumento à vinha assinado por Fernando Távora, diz que constitui “uma interessante e já rara” unidade de paisagem tradicional, bem conservada, que importa proteger”.
Os anexos agrícolas são tidos como bens de interesse técnico e material, no âmbito da preservação da arquitetura vernacular.
A proposta alude ainda ao valor simbólico da casa e quinta, “pelas memórias que encerra do seu criador, que estabeleceu com o espaço uma cumplicidade marcante, bem como pelas vivências que o sítio proporcionou a alunos e outros arquitetos nacionais e internacionais”.
Fernando Távora morreu em setembro de 2005.