Atravessar esta ponte é só para os mais corajosos. É o que dizem os muitos que partilham, nas redes sociais, a Ponte de Arame e das Azenhas, em Terras de Bouro. Só tem fios de aço e de arame, mas toda sem qualquer estrado para passagem.
É mais um tesouro escondido do Gerês, esta ponte, que de ponte atualmente só tem o nome, dado ser bastante perigosa a sua passagem, mas em Terras de Bouro fala-se cada vez mais em revitalizar a ponte suspensa sobre as águas puras do rio Homem.
É possível aceder a esta ponte histórica e de construção pouco comum, quer a partir de Vilar, quer a partir de Gondoriz, porque ambos os percursos bifurcam para o mesmo sentido, tratando-se dos caminhos de pé-posto, de ambos os lados do rio Homem.
A Ponte de Arame encontra-se tanto perto da Igreja de Vilar, como da Igreja de Capela de São Miguel do Anjo, no lugar de Guardenha, da freguesia de Gondoriz, havendo a possibilidade de aceder mais rapidamente por Vilar, primeiro por uma estrada em alcatrão, depois por um caminho carreteiro e finalmente por caminhos de pé-posto (“caminhos de cara”, como diz o povo).
O acesso é feito por via pedonal, tanto do lugar da Mota, em Vilar, naquela primeira hipótese, mas quem quiser andar mais e por percursos com a vegetação mais densa, para aqueles que preferem as agruras da montanha e as dificuldades pedestres tem então a alternativa de aceder à Ponte de Arame e das Azenhas, a partir da localidade de Guardenha.
Esta ponte situada na margem do rio Homem ligava Gondoriz a Vilar e foi muito importante, principalmente para as gentes de Gondoriz moerem o seu milho nas azenhas de Vilar, já que mesmo do outro lado do Homem a primeira grande parcela de terreno é de Vilar, daí o nome que o povo geresiano ainda hoje pronunciado como sendo o da Ponte de Arame e das Azenhas.
“Fortes” perspetivas de recuperar a ponte
Mas a Ponte de Arame e das Azenhas, poderá ser recuperada em breve, segundo revelou durante a tarde desta sexta-feira a O MINHO o presidente da Junta de Freguesia de Chamoim e Vilar, Paulo Rodrigues, sobre a procura que ultimamente tem vindo sobre aquela estrutura neste momento sem condições normais de passagem em segurança.
Questionado acerca do afluxo de visitantes, Paulo Rodrigues, disse haver uma “perspetiva muito forte e grande vontade para recuperar aquela ponte, estamos muito empenhados, nesse sentido, até para juntar as Praias Fluviais de Vilar e de Chamoim”.
O autarca geresiano explicou que “com a recuperação da ponte teremos um passadiço, desde a Vila de Terras de Bouro, que fica na freguesia de Moimenta, até aqui, já à freguesia de Chamoim e Vilar, tudo interligado, sempre próximo do rio Homem”.
Paulo Rodrigues destacou que “até para o turismo seria muito bom recuperar a ponte, desde logo por Terras de Bouro ser um município com uma forte componente turísticas, mas sempre com um ponto de honra para nós, no concelho, que é a segurança, além de que uniria ainda ao longo das margens do rio Homem, a Freguesia de Chamoim e Vilar com a Freguesia de Moimenta”.
Paulo Rodrigues revelou que “segundo as antigas tradições, as pessoas atravessavam a Ponte de Arame e das Azenhas, para o outro lado da freguesia de Vilar, onde moíam o milho a fim de fazerem depois o pão e roçavam os matos na Costa de Além, o que traziam para o lado de cá da freguesia, destinados aos seus animais”, havendo ainda ligação para a freguesia de Gondoriz.
