A igreja românica de S. Pedro de Rates, na Póvoa de Varzim, distrito do Porto, vai ser alvo de uma profunda intervenção para travar o seu estado de degradação, e já há um protocolo para as obras, avançou o executivo municipal da Póvoa de Varzim, na reunião de executivo que decorreu esta semana.
A primeira fase da obra incide sobre telhado e os vitrais que estão partidos. De seguida, serão feitas obras no exterior da igreja e no adro. A Câmara Municipal é a dona da obra.
A igreja românica de Rates, situada na freguesia poveira de São Pedro de Rates, está classificada como Monumento Nacional desde 1910.
O edifício foi mandado construir pelo Conde D. Henrique, entre os anos 1096 e 1100, no século XI, com alterações reconstrutivas nos séculos XIII, XV, XVII e XVIII.
Tem o nome de São Pedro de Rates, o primeiro bispo de Braga.
“Depois dos nossos alertas e pedidos recebemos uma visita, no local, do diretor-geral do Património Cultural e da diretora regional de Cultura do Norte que avaliaram o estado da Igreja e concordaram que é necessária uma intervenção urgente“, disse no ano passado à Lusa Aires Pereira.
O presidente da Câmara da Póvoa de Varzim explicou que as obras, que serão alvo de uma candidatura a fundos europeus, serão divididas em duas fases, para “debelar problemas imediatos”, e uma outra mais prolongada que “devolva a dignidade” a um edifício que é monumento nacional desde 1910.
Aires Pereira lembrou que ao “longo dos anos foram feitas algumas obras na igreja, mas não uma intervenção de fundo”, e que, por isso, será contratada uma “equipa especializada em recuperação do património para elaborar um projeto, que será submetido a uma candidatura”.
O autarca disse que ainda não há uma estimativa dos custos de recuperação, mas explicou que “na primeira fase de intervenção, de caráter urgente, a Câmara assume a obra e depois será ressarcida”.
“O importante é que depois dos apelos da autarquia, das forças culturais do concelho e da própria Assembleia Municipal, a tutela foi sensível ao problema e em conjunto vamos resolvê-lo“, concluiu Aires Pereira.
Além da mais premente intervenção na cobertura da igreja, a o edifico preciso também de recuperação no piso, fachadas, vitrais, interiores, iluminação e instalação elétrica, entre outros.
Segundo a Direção-Geral do Património Cultural trata-se de um “monumento nuclear da arte românica, devido às diferentes cronologias e oficinas da sua fábrica, que se deduz morosa (…) transformando-a assim numa das igrejas mais curiosas desse período”.