Declarações após o jogo dos oitavos de final da Taça de Portugal de futebol entre SC Braga e Torreense (5-0), que hoje decorreu em Braga:
Carlos Carvalhal (treinador do SC Braga): “Esta equipa não brinca em serviço, leva tudo a sério, reforço isto, porque, no início da época, mesmo em jogos particulares, teve sempre esta atitude. Faz parte da educação e temos que educar os jogadores que o maior respeito pelo adversário é dar sempre o máximo e não brincar. Os ingleses têm esta mentalidade.
O Torreense é uma equipa de qualidade, só tinha sofrido três golos, não perdia desde fevereiro [do ano passado], mas acabámos por tornar o jogo fácil pela nossa atitude competitiva e qualidade de jogo. Preparámos este jogo como se fosse com o Leicester, Benfica, Sporting ou FC Porto.
A partir do jogo com o Benfica, até março vamos jogar de três em três dias, vamos ter que ter 22 jogadores preparados para jogar. Era preciso que o grupo desse esse sinal para dentro.
O Abel Ruiz deu uma boa resposta [dois golos], tal como o Schettine e o Vítor, que teve uma entrada brutal em jogo. Não estou muito preocupado, claro que queremos todos os jogadores disponíveis, mas marcámos dois no último jogo, cinco hoje, somos mais fortes com o Paulinho e queremos que ele volte rapidamente.
O Vítor é um miúdo que está a jogar na equipa B, que já tem treinado connosco, como outros, e se precisarmos dos seus préstimos, não nos vai deixar ficar mal. Tem características diferentes dos outros, sobretudo no ataque à profundidade e é um trabalhador incansável.
(Rolando sai em janeiro?) Sei dessas notícias pelos jornais, são parecidas com as do Paulinho. Eu sei que os jornalistas fazem o seu trabalho e há fontes, que nunca dão a cara, mas nunca se falou que o Rolando ia sair, muito menos eu.
Há sempre jogadores designados para marcar, mas foi o grupo que decidiu dar a possibilidade ao Vítor de marcar na estreia, o que fica marcado para o resto da vida. Isto é ter um bom espírito de grupo. Hoje, estou super feliz por tudo, pela forma como jogámos, pelos cinco golos, por não ter sofrido, pela estreia do Vítor e pelo seu golo.”
Filipe Moreira (treinador do Torreense): “É um privilégio vir a esta casa e defrontar uma equipa que pratica um futebol de altíssima qualidade, que tem mostrado que, cada vez mais, é um grande do futebol português pela qualidade que mostra ao longo dos anos e pelo seu projeto, que merece ser cumprimentado por todos os agentes do futebol.
As diferenças são naturalmente muitas, disse que tínhamos umas ‘granadas’ para lançar nas alturas certas, mas que o Arsenal do Minho era muito superior e, com as suas ‘metralhadoras’, podia causar danos a qualquer momento.
Queríamos retardar ao máximo a confiança do Braga, mas surgiu o primeiro golo e depois o segundo e foi o que a equipa do Braga precisava para ganhar confiança, descansar com bola e pausar o jogo. Não perdíamos há um ano, sofríamos poucos golos, mas há que cumprimentar os meus jogadores. Não foi o jogo que queríamos fazer, mas por mérito do Sporting de Braga, milagres acontecem de vez em quando.
Fazemos parte do Campeonato de Portugal, onde há treinadores, jogadores e dirigentes de qualidade e quando vimos a estes palcos queremos mostrar mais alguma coisa. Hoje perdemos 5-0, não há como justificar um resultado assim, hoje não foi possível mostrar o que fazemos no nosso campeonato.”