Nos próximos três meses, os acessos a Guimarães, para quem chega por nordeste (nó de Selho), vão passar por uma revolução. Há três vias a inaugurar em dezembro, janeiro e fevereiro que prometem poupar muito tempo a quem tem de entrar e sair de Guimarães em hora de ponta.
O nó de Selho é o eleito pela maioria dos automobilistas para entrar e sair de Guimarães, independentemente da zona da cidade para onde vão ou de onde partem, uma vez que é mais barato que a opção Guimarães/Sul. Para quem vem ou vai para o Porto, usar o nó Guimarães/Sul, na zona de Urgezes, tem um custo acrescido de 45 cêntimos, por apenas cinco quilómetros de autoestrada a mais.
Para quem viajar de Norte para Guimarães, por exemplo, a partir da fronteira, em Valença, o custo da portagem até Guimarães/Sul será 6,30 euros, já se escolher a saída nordeste, em Selho, o preço fica por 5,85 euros. Uma diferença de 45 cêntimos pelos mesmos cinco quilómetros. Contas feitas para veículos de classe 1, porque num camião, classe 4, a diferença é de 1,10 euros.
Os dois percursos, rumo a sul, para chegar ao porto de Leixões e em direção a norte, para atravessar a fronteira, são vulgares para os camiões que saem e entram nas zonas industriais que existem tanto a norte como a sul da cidade. Muitas vezes a opção pelo nó de Selho tem uma componente económica. Até porque, em circunstâncias em que o transito não está congestionado, para muitos destinos, a diferença de tempo entre usar um ou o outro nó não é significativa.
Pela importância que tem na ligação da cidade à rede viária nacional e pelos congestionamentos que ali se formam, o nó de Selho há muito que é um ponto negro no trânsito da cidade de Guimarães. Há anos que chegar ou sair de Guimarães por aquela via, significa ficar longos minutos em fila para ultrapassar a rotunda de Silvares.
A escassos metros da portagem, esta rotunda divide o transito que segue para a autoestrada, o que vai para a vila de Pevidém e o que se dirige a Brito, na direção de Famalicão. É neste ponto que o transito fica bloqueado, servindo de pretexto para batalhas nas eleições autárquicas, uns prometendo um túnel, outros assegurando que vão construir um viaduto, outros ainda referindo que a situação devia ter sido prevista desde o momento que a autoestrada foi inaugurada, em 1996.
Eis que o túnel que promete desbloquear este problema já está aberto, em fase de acabamento, e com inauguração prevista para fevereiro de 2021. Quem chega pelo nó de Selho da A7, ou quem pretende sair de Guimarães por essa via, deixa de ter de circundar a rotunda de Silvares, passa a circular por baixo dela. A alameda Mariano Felgueiras (em frente ao Hospital de Guimarães e ao Guimarães Shopping) passa a ficar ligada à A7 por uma via continua, com duas faixas de rodagem em cada sentido.
Ainda no mês de dezembro, na mesma zona da cidade, é inaugurada uma variante que liga a rotunda de Mouril (que dá acesso à Decathlon e Leroy Merlin) à rotunda do Reboto. Esta via promete melhorar o acesso, para quem vem da autoestrada, à zona da Cidade Desportiva: pista Gémeos Castro, piscinas da Tempo Livre e Pavilhão Multiusos.
Ou seja, alguém que chegue a Guimarães pela autoestrada, para ir para a Pista Gémeos Castro, deixa de ter de ir à zona mais urbana. Estes automobilistas passam a cortar à direita na rotunda de Silvares e, mais à frente, na rotunda de Mouril metem pela nova variante.
A solução é apenas parcial, na medida em que, depois da rotunda do reboto, o transito continua a fazer-se pelas ruas estreitas e sinuosas de Santiago de Candoso. Para um autocarro que transporte uma equipa para participar numa competição na Cidade Desportiva, este dificilmente poderá ser um itinerário a considerar.
Há ainda uma terceira via, na mesma zona da cidade, com inauguração prevista para janeiro de 2021, que vai fazer a ligação entre a rotunda do Pinheiro Manso e rotunda de Mouril, passando por trás da Igreja de Silvares.
Este novo acesso, resulta de um contrato de urbanização celebrado entre a Câmara Municipal e os promotores do empreendimento logístico, comercial e de serviços, em desenvolvimento na zona onde já estão instaladas a Decathlon, a Sports Direct e a Leroy Merlin. O objetivo é diminuir o fluxo automóvel na EN 206, que liga o centro comercial “Espaço Guimarães” à rotunda de Silvares.
O desnivelamento da rotunda de Silvares representa a primeira fase de um projeto maior: a via do AvePark. Para esta via decorre um estudo de impacto ambiental. O início da construção desta via tem-se arrastado e André Coelho Lima, vereador do PSD na Câmara de Guimarães e deputado na Assembleia da República, afirmava sobre esta via, em maio de 2019: “A via de acesso ao Avepark não vai ser executada. É uma obra muito cara para aquilo que significa e pode ser feita uma alternativa muito mais barata, que é a criação de um nó da autoestrada na zona de Brito”.
“A via do Avepark será executada em três fases: a primeira é o desnivelamento da rotunda de Silvares, no acesso à autoestrada, que está em execução pela IP; a segunda fase é a rotunda de Ponte e a terceira fase será o tramo novo que terá início nesta rotunda e ligará ao Parque de Ciência e Tecnologia”, defendeu Domingos Bragança. A intervenção do presidente da Câmara aconteceu na reunião do executivo, de 21 de setembro deste ano, quando, mais uma vez, o PSD questionou a execução da obra, pedindo explicações sobre o estudo de impacto ambiental que a Câmara ainda não tornou público.
Parte deste projeto é também uma rotunda na zona do parque industrial de Ponte, cuja procedimento da obra de construção, foi aprovado na mesma reunião de 21 de setembro.
Para que o projeto seja fechado tal como foi apresentado inicialmente, fica a faltar a ligação da rotunda de Silvares ao Avepark, que também aproximaria as vilas de Ponte e de Caldas das Taipas da autoestrada.