Chama-se Undaria pinnatifida, é conhecida como wakame, está entre as 100 piores espécies invasoras do mundo e já se instalou nas praias de Viana do Castelo. Natural da Ásia, onde é muito utilizada na culinária, esta alga marinha comestível é atualmente encontrada em muitas zonas costeiras do mundo. Investigadores da Universidade do Minho e da Universidade do Porto já estão a estudar os seus efeitos no ecossistema.
De acordo com uma reportagem da SIC, quando os investigadores destas universidades estavam a monitorizar uma outra alga na Praia do Carreço, em Viana do Castelo, encontraram a Undaria pinnatifida.
Marcos Rubal, investigador do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Escola de Ciências da UMinho, nota que terá sido “relativamente há pouco tempo que [a Undaria pinnatifida] se estabeleceu nesta praia”.
Segundo o estudo publicado em 2024 dos investigadores da UMinho e Universidade do Porto, esta alga marinha foi detetada pela primeira vez, há mais de 20 anos, em Portugal, na Figueira da Foz, tendo sido, desde então, a sua presença registada na costa até Viana do Castelo – sendo a praia do Carreço o ponto mais a norte onde foi encontrada.
Usada na gastronomia asiática
A Undaria pinnatifida é originária do Japão, Coreia e China, onde tem valor económico, por ser muito usada na culinária.
Conhecida como wakame, está na lista das 100 piores espécies invasoras do mundo, elaborada pelo Invasive Species Specialist Group (ISSG) da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), devido ao seu impacto ecológico significativo em ecossistemas marinhos fora da sua área nativa.
A propagação desta alga marinha ocorre principalmente através de cascos de navios e estruturas artificiais submersas, como marinas e portos.
A Undaria pinnatifida forma densas florestas subaquáticas que competem com espécies nativas por luz e espaço, podendo levar à exclusão ou deslocamento de fauna e flora locais.
Nas zonas naturais de Carreço e Canto Marinho, a Undaria pinnatifida foi encontrada em áreas muito abrigadas, sobre substratos rochosos e, por vezes, sobre algas nativas como a Gongolaria baccata.
No entanto, estas populações desapareceram durante os invernos, o que, de acordo com os investigadores, significa que esta espécie exótica se dá mal com as tempestades atlânticas.