Esta é a nova escultura de Braga. Homenageia advogados que resistiram ao Estado Novo

Será colocada em frente ao tribunal
Foto: DR

A Praça da Justiça, junto do Tribunal Judicial de Braga, vai acolher, a partir do dia 31, uma estrutura escultórica de Homenagem aos Democratas do Distrito de Braga que estiveram na linha da frente da resistência ao Estado Novo.

De acordo com Paulo Sousa, da Comissão de Homenagem, no ato inaugural serão lidos os nomes da meia centena de advogados que, no distrito de Braga, fizeram parte do movimento de resistência ao Estado Novo.

O monumento, da autoria da arquiteta Sara Mota Gonçalves, foi custeado pela Câmara Municipal de Braga, cujo vereador, João Rodrigues – também ele advogado -, presidirá à inauguração, ato a que se segue, numa das salas do Tribunal, uma conferência intitulada “Memórias da Resistência”, com intervenções dos advogados, Artur Marques e José Manuel Tarroso Gomes.

O presidente do Tribunal Judicial de Braga, o juiz João Paulo Pereira, dará às boas vindas na cerimónia de abertura, seguindo-se intervenções do representante da Câmara Municipal e da Comissão de Homenagem aos Democratas. O professor Luís Capela, conhecido especialista e intérprete da viola braguesa, tocará algumas músicas alusivas ao ato.

Na descrição que faz do monumento, a autora descreve como se inspirou: ” A representação do livro justifica-se por ser um poderoso instrumento de trabalho dos advogados, simbolizando a resistência intelectual e a busca pelo
conhecimento em tempos de repressão”.

E, prosseguindo, anota: “O rasgo no livro representa a metáfora do corte na liberdade, fazendo referência à opressão imposta pelo regime, que cerceava as liberdades individuais e políticas, fustigando a sociedade, silenciando vozes e restringindo as expressões culturais”.

Ao mesmo tempo, – acrescenta – o livro, como “ferramenta de resistência e disseminação de ideias, torna-se um símbolo de esperança e libertação. Os cravos que surgem
no ‘rasgo’ são um motivo de renascimento, representando a transição de um
período sombrio para um novo ciclo de democracia e liberdade. Marcam o
renascimento da democracia e a recuperação dos direitos civis e políticos que
haviam sido negados por anos”.

 
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