A Solidal – Condutores Eléctricos, S.A., um dos principais fabricantes portugueses de cabos elétricos, sediada em Esposende, foi comprada pela gigante dinamarquesa NKT por 192 milhões de euros. Além disso, o novo dono anunciou que irá investir “50 milhões de euros adicionais para expandir a capacidade de média e alta tensão nas instalações existentes”.
Com mais de 50 anos de experiência no fornecimento de cabos elétricos para projetos em mais de 40 países, a Solidal é detida pela empresa britânica de ‘private equity’, Njord Partners, desde 2018.
A Njord Partners primeiro investiu na SolidAl em 2015, quando, no contexto de uma estrutura de dívida complexa e de curto prazo, a empresa necessitou de uma solução de financiamento para fornecer capital de giro e aumentar a capacidade da principal fábrica de produção da empresa em Esposende.
A Njord Partners tornou-se acionista maioritária em 2018, sendo que, “desde o investimento inicial da Njord Partners, a SolidAl registou um crescimento muito forte, mais do que duplicando as suas receitas e o EBITDA, e em 2023, gerou receitas de aproximadamente 150 milhões de euros e um EBITDA de aproximadamente 20 milhões de euros”.
Em comunicado enviado a O MINHO, a Njord Partners salienta que “a NKT adquiriu a SolidAI por um valor empresarial total de 192 milhões euros, um múltiplo EV/EBITDA de 9,4 vezes”.
NKT investe mais 50 milhões
A NKT é uma das principais empresas de cabos elétricos do mundo. A empresa dinamarquesa foi fundada em 1891 e desenha, fabrica e instala soluções de cabos elétricos de baixa, média e alta tensão.
“A modernização da infraestrutura envelhecida da rede elétrica europeia e a ligação de um número crescente de projetos de energia renovável estão a impulsionar a procura crescente de cabos elétricos de média e alta tensão. Ao aumentar a capacidade e competência da NTK, a SolidAl fortalece ainda mais a nossa capacidade de servir os clientes com soluções abrangentes de rede de ponta a ponta. Estamos ansiosos para dar as boas-vindas à SolidAl na nossa organização e aumentar a nossa quota de mercado em toda a Europa”, afirma Carlos Fernandez, vice-presidente executivo e diretor de aplicações na NKT, citado em comunicado da empresa enviado a O MINHO.
O comunicado sublinha que, de acordo com a Agência Internacional da Energia (AIE), para atingir os objetivos nacionais em matéria de clima, é necessário acrescentar ou renovar um total de mais de 80 milhões de quilómetros de redes elétricas até 2040, o equivalente a toda a rede mundial existente, e a União Europeia estima que a Europa necessitará de investir 584 mil milhões de euros para modernizar as suas redes elétricas nesta década.
“A aquisição da SolidAl pela NKT é uma prova da dedicação e do trabalho árduo da nossa equipa. A NKT é um líder mundial amplamente reconhecido no fabrico de cabos elétricos e acessórios, e eu não poderia pensar num proprietário melhor para apoiar a SolidAl na expansão do seu alcance comercial e das suas capacidades técnicas”, afirma François Moufflet, CEO da SolidAl, também citado no comunicado.
“Como parte da aquisição, a NKT investirá 50 milhões de euros adicionais para expandir a capacidade de média e alta tensão nas instalações existentes. Prevê-se que a nova capacidade de produção esteja operacional em 2027”, acrescenta a NKT.
Consequentemente à aquisição, a SolidAl tornar-se-á uma parte integrante do grupo NKT, sendo que “a transação é incondicional e o fecho é efetivo a partir de hoje”.
Fundada em 1970, a Solidal emprega 430 pessoas e a fábrica tem 70 mil metros quadrados.
A NKT está sediada na Dinamarca e emprega 5.000 pessoas. Está cotada na Nasdaq de Copenhaga e teve uma receita de 2,6 mil milhões de euros em 2023.
