Esposende: “Algum do espólio do bar do Fojo está em armazéns da câmara e outro nas mãos da família”

Presidente da Câmara diz que não foi possível chegar a acordo
Bar do Fojo já foi demolido. Foto: Pedro Luís Silva / O MINHO

Parte do espólio do mítico bar do Fojo, em Fão, Esposende, que já foi totalmente demolido,  depois de o tribunal ter declarado improcedente a providência cautelar interposta pela família do antigo proprietário para tentar manter o estabelecimento de pé, está em armazéns camarários e outra com a família.

“Algum do espólio que existia no bar está guardado em armazéns da câmara e outro está nas mãos da família”, referiu o presidente da Câmara, Guilherme Emílio, à agência Lusa.

Segundo o autarca, “não foi possível chegar a nenhum entendimento” com os familiares do proprietário do bar.

“Quando quiserem levar o que está guardado nos nossos armazéns, podem fazê-lo”, acrescentou.

O bar do Fojo estava implantado desde 1974 na margem do rio Cávado em Fão, tendo sido, durante quatro décadas, um local de tertúlias e de momentos bem passados, graças ao carisma do proprietário, Sérgio do Fojo, pescador, poeta e trovador.

Nos últimos anos, esteve fechado e em 2019 o proprietário morreu.

No ano passado, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que tutela aquela área, anunciou que o bar iria ser demolido, por estar ilegal e constituir um foco de insalubridade e de risco ambiental.

Segundo a APA, o bar não possuía qualquer título válido que lhe permitisse ocupar o espaço do Domínio Público Hídrico.

A APA adiantou que a legalização do bar não seria possível, por se considerar que a sua manutenção ou reabilitação “iria constituir um risco para pessoas e bens, face ao risco de inundação e por constituir um obstáculo significativo ao exercício do direito de servidão marginal, que estabelece a titularidade dos recursos hídricos”.

Em setembro de 2024, a família do proprietário do bar interpôs uma providência cautelar, que fez parar os trabalhos com vista à demolição.

Bar do Fojo estava fechado há vários anos. Foto: Pedro Luís Silva / O MINHO / Arquivo

A família alegava que o bar não estava ilegal, porque teria sido licenciado pela Câmara de Esposende e pela Direção Geral dos Portos, “de acordo com a legislação da altura”.

No entanto, a providência cautelar acabou por ser julgada improcedente e os trabalhos, como O MINHO noticiou, foram retomados na semana passada, tenho já ocorrido a demolição do bar.

Em declarações à Lusa, Guilherme Emílio acrescentou que ainda decorrem os trabalhos de remoção do entulho e de limpeza do espaço, para a posterior renaturalização da área.

A operação de demolição do bar e limpeza do local é assegurada pelo município, ao abrigo de um protocolo com a APA, e vai custar cerca de 50 mil euros.

A APA irá ressarcir o município naquele montante.

 
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