A Câmara Municipal de Esposende emitiu esta tarde um comunicado, onde confirma as buscas da Polícia Judiciária, esta manhã, no âmbito da operação “Tutti Frutti”.
“Face a notícias hoje vindas a público de que a Câmara Municipal de Esposende foi alvo de diligências por parte da Polícia Judiciária, no âmbito de um inquérito do Ministério Público, vimos esclarecer o seguinte:
– Confirma-se que a Polícia Judiciária esteve, esta manhã, nas instalações da Câmara Municipal;
– O Município, num espírito de total colaboração, prestou todos os esclarecimentos que lhe foram solicitados;
– O Município não tem, nem nunca teve, qualquer relação com as empresas visadas no âmbito da investigação”, pode ler-se.
A autarquia liderada pelo social-democrata Benjamim Pereira lamenta ainda ter sido associada à investigação.
“Face ao exposto, o Município não pode deixar de lamentar e até de estranhar que tenha sido associado à referida investigação”, termina.
A Polícia Judiciária (PJ) realizou hoje cerca de 70 buscas, incluindo a autarquias, sociedades e instalações partidárias, no continente e no arquipélago dos Açores, segundo a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), adiantando estarem em causa crimes económicos, como corrupção.
A notícia da realização de buscas foi adiantada pela edição ‘online’ da revista “Sábado”.
Em causa, refere a “Sábado”, estão suspeitas da prática de crimes económico financeiros decorrentes da contratação de pessoal e da adjudicação direta de serviços a empresas ligadas ou controladas por dirigentes políticos sobretudo do PSD.
Um dos principais visados na operação, indica a revista, é o social-democrata Carlos Eduardo Reis, filho do ex-presidente da Câmara de Barcelos, Fernando Reis, conselheiro nacional do PSD e ex-presidente da JSD de Braga que apoiou Santana Lopes nas últimas diretas para a liderança do partido.
Carlos Reis controla várias empresas que ganharam inúmeras adjudicações diretas de autarquias controladas pelo PSD e também pelo PS, acrescenta a “Sábado”.
Conforme O MINHO teve oportunidade de verificar no local, é grande o aparato no centro da cidade de Barcelos, onde a comunicação social se tem concentrado.
Ainda de acordo com a revista, os inspetores da PJ recolheram documentos em Famalicão, Barcelos e Póvoa de Lanhoso, no Minho, e em Vila Nova de Gaia, Santa Maria da Feira, Marinha Grande, Golegã, Cascais, Loures, Oeiras, Faro e Ponta Delgada e Lisboa.