O Município de Esposende tem “grandes expectativas” sobre os resultados práticos da reunião do Conselho de Ministros que decorre a 4 de maio, em Braga, em termos de apoio aos investimentos que quer ou está a fazer no território, disse hoje a O MINHO, o seu presidente.
Benjamim Pereira adiantou que vários membros do Governo passarão, na ocasião, pelo concelho: “Não somos negativos! Mas temos um conjunto de projetos de grande importância para o nosso desenvolvimento, e a verdade é que tem sido a Câmara a avançar com as verbas necessárias, sem apoio do Governo”, vincou, frisando que Esposende não tem tido apoios nem do programa europeu Portugal 2030 nem do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência).
E sublinha: “Esposende foi o segundo concelho, logo a seguir a Braga, que mais cresceu em termos de população entre os 86 da região Norte. E temos uma economia exportadora e em grande crescimento!”
Investimentos e projetos
No que toca a investimento, o autarca pediu ao Governo, em documento enviado pela CIM do Cávado, que, desde já, intervenha na Barra do rio Cávado: “é uma obra que carece de solução definitiva, que se arrasta há décadas e que é fundamental”, lamentou, sublinhando que foi a Autarquia que avançou com estudos e projetos para a obra e pequenas intervenções.
O edil solicitou, ainda, apoios para a 2.ª fase do Parque da Cidade, para a instalação de um Instituto Multidisciplinar de Ciência e Tecnologia Marinha e de um Laboratório de Inovação e Sustentabilidade Alimentar (LISA), neste caso uma obra lançada há dias pela Autarquia e pelo IPCA (Instituto Politécnico do Cávado e do Ave).
Os desejos do concelho da foz do Cávado passam, ainda, pelo lançamento da Zona Desportiva Norte – a localizar em terrenos entre a cidade e as Marinhas – pela instalação de um Centro de Divulgação Científica de Atividades Marinhas, no Forte de S. João Batista e de um pólo da UMinho.
Benjamim Pereira acrescentou que é imperioso se avance na requalificação das praias de Cedovém e Pedrinhas – Apúlia (ameaçadas pela erosão costeira), estando já em elaboração um projeto para uma solução de realojamento das pessoas cujas casas terão de ser demolidas.
Parque da Cidade
No que toca à construção do Parque da Cidade – 2.ª Fase, o autarca explicou que, o Município começou já a adquirir, por negociação, alguns dos terrenos necessários. O projeto implica a requalificação do arruamento existente a nascente da área do Parque da Cidade, correspondente ao trecho inicial da Avenida Eng.º Eduardo Arantes de Oliveira e a Rua da Ponte D. Luís Filipe. Este arruamento irá constituir a nova frente urbana do Parque (na margem direita) e onde se anunciam os seus principais acessos, devendo por esse motivo ser um espaço urbano especialmente qualificado e pensado para essa função introdutória.
Para melhor sistematizar a intervenção proposta distinguem-se dois trechos distintos: um primeiro trecho que constitui um prolongamento do tratamento formal da marginal existente e um segundo trecho que corresponde à antiga Estrada Nacional hoje desclassificada. No primeiro trecho far-se-á uma obra de continuidade da ciclovia e uma calçada de calcário, a completar com um passadiço paralelo integrado no Parque. No segundo trecho, dá-se continuidade à ciclovia do lado poente e reorganiza-se o espaço urbano de nascente com estacionamento e passeio A área total do terreno é de 26,66 hectares.
Dois projetos com a UMinho
Esposende quer criar um Centro de Divulgação Científica de Atividades Marinhas no Forte de S.João Batista e um Centro de Documentação do Mar na antiga Estação Radionaval da Apúlia, que comprou ao Estado por 936 mil euros.
No caso do projeto para o Forte de S. João Baptista, diz se contextualiza no âmbito de uma parceria estabelecida com a Universidade do Minho, com o ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas) e com instituições locais. Será um espaço interpretativo do PNLN (Parque Natural do Litoral Norte) e de divulgação do património do território, podendo ainda albergar a sede do PNLN.
Já no que toca ao Instituto Multidisciplinar de Ciência e Tecnologia Marinha na Apúlia, acolherá uma área de investigação sobre o mar, e, possivelmente, mestrados e doutorementos na área.
Zona Desportiva a Norte
Já a futura Zona aDesportiva a norte do concelho, o documento aponta que a Fase A terá 12,68 hectares.
Diz que, a rede viária, tanto a existente como a prevista em plano, deverá ser reavaliada tendo em consideração a melhoria da circulação automóvel de Cepães e as necessidades de estacionamento, tanto da zona desportiva como das zonas balneares próximas, com minimização de distúrbios no trânsito da Nacional 13.
Englobará campos de futebol de onze (no mínimo quatro), vedados, um com piso em relva sintética e três em relva natural, sendo um destes com bancadas cobertas e controlo de acessos; uma Pista de atletismo (em volta de um dos campos de futebol de onze em relva natural não podendo ser no campo com bancada); um Polidesportivo (Futsal e andebol); Campo de Basquetebol (3×3); Campos de Ténis (no mínimo dois), vedados com possibilidade de bancadas amovíveis; um campo voleibol de praia.
Na Fase B: serão privilegiadas soluções de mobilidade suave, integrando a Ecovia do Litoral Norte, as vias paralelas ao canal intercetor e a ligação entre as zonas centrais de Esposende e Marinhas, servindo tanto os residentes como os Peregrinos do Caminho de Santiago.
Centro de Corrida
Nesta área, as estruturas a construir são: Centro de corrida I orientação e de BTT (edifício de apoio); Pista Pump Track (Pista de Bicicleta, Skate ou Trotinete); Anfiteatro exterior; Parede de escalada; Skate Parque; Mobiliário urbano – aparelhos de ginástica – área de ginástica ao ar livre.
No que toca a Elementos Paisagísticos prevê a Requalificação das linhas de água/lagoas naturais; Pequenas praças; Espaços de permanência/lúdicos e áreas de sombreamento.
Terá, também, um percurso pedonal com passadiços em madeira ou em inertes agregados. Os apoios edificados (cafetarias, sanitários, balneários, etc) a criar deverão ser assegurados por construções prefabricadas.
E pede BRT
No documento entregue ao Governo não consta a área da Mobilidade, mas o autarca salienta que, apesar de Esposende estar bem servido em termos rodoviários, quer que uma futura ligação entre o Quadrilátero Urbano (Braga, Barcelos, Famalicão e Guimarães), por BRT ou outro meio de transporte, tenha um ramal para a cidade e que o eventual prolongamento da linha do Metro do Porto até Viana do Castelo, passe, também, pelo concelho.