Declarações após o jogo Moreirense-Arouca (2-1), da sétima jornada da I Liga de futebol, disputado em Moreira de Cónegos:
João Henriques (treinador do Moreirense): “Hoje apostámos em mais um dos argumentos que temos, que é o ‘4-4-2’. Felizmente, correu bem. Além dos dois golos marcados, tivemos algumas boas oportunidades para dilatar o resultado. Não tivemos o controlo e domínio que gostaríamos, mas também por termos estado na frente do marcador.
Sabíamos que o Arouca ia arriscar na segunda parte e apostámos no seu balanceamento, porque é uma equipa que faz boas segundas partes em todos os jogos. Estávamos avisados, mas queríamos ‘matar’ o jogo. Procurando os espaços que nos iam dando, consentimos o domínio ao adversário e as melhores oportunidades foram nossas.
Este jogo só pecou por termos sofrido um golo. Queríamos muito não sofrer, mas os jogadores estão de parabéns pela excelente resposta que deram face ao último jogo. Estávamos feridos no orgulho e envergonhados com a situação [de ainda não ter vencido] e queríamos dar essa resposta aos adeptos e à estrutura, mostrando que o grupo de trabalho está presente.
O Rafael Martins jogou lesionado, devido a uma entorse sofrida durante a semana, e fez um sacrifício tremendo para conseguir jogar. Obviamente, tivemos de o tirar durante o jogo, até para nos reorganizarmos, pois estávamos a perder um pouco o meio-campo.
Esperamos que seja a primeira vitória de muitas. É, sobretudo, um prémio para este grupo de trabalho, que já merecia há mais tempo estes três pontos. Estamos no bom caminho e agora é só olhar para o jogo seguinte, que também vale três pontos.
Ausência do Mateus Pasinato? Foi apenas por opção técnica. Tenho três excelentes guarda-redes. Uma palavra para o Pasinato, que se prontificou a fazer o aquecimento e a ajudar o Kewin Silva a estar preparado para o jogo. Obviamente, custa sempre tomar estas decisões, mas foi uma opção consciente de que o momento era este para trocar.
O Miguel Oliveira e o Kewin são dois extraordinários guarda-redes, têm trabalhado muito bem e também têm direito às oportunidades. Não sabemos o dia de amanhã, mas temos os três sempre preparados para ir a jogo. O Kewin fez um trabalho extraordinário e deu-nos aquilo que precisávamos para mexer com o grupo e surpreender o adversário”.
Armando Evangelista (treinador do Arouca): “Para o jogo que fizemos, se simplesmente pontuasse, sentia-me frustrado. Agora, imaginem como é que me sinto depois de não levar daqui nada. Na primeira parte, temos duas situações claras de golo, sem que o Moreirense nos tivesse conseguido incomodar. Mesmo tendo o jogo parcialmente controlado, na verdade acabámos por ficar em desvantagem numa transição.
Em termos estatísticos, não foram só mais remates. Acho que temos mais tudo, mas não o fundamental e aquilo que dá pontos, que são os golos. Parece-me que o caminho é este. Num processo contínuo como é o futebol, vamos melhorar, de certeza. Não podemos sofrer da forma que sofremos, porque custa muito caro na I Liga.
Saio satisfeito pela capacidade que tivemos em ter bola, controlar o jogo, chegar a zonas de finalização e provocar o Moreirense na área. O resultado não espelha aquilo que foi produzido, mas há que aprender, tirar ilações e saber onde temos de melhorar.
Infelizmente, tem sido nosso apanágio este tipo de reação. Não me surpreende esta reação da equipa, porque este percurso tem sido feito por pessoas com caráter, que nunca baixam os braços. Mais uma vez, conseguindo ter cabeça e critério, tivemos intensidade e uma vontade tremenda em dar a volta às dificuldades e ao resultado”.