Um protesto contra as portagens na A28, realizado em Viana do Castelo e promovido pelos empresários da região, começou com um minuto de silêncio pelas vítimas do acidente ferroviário de hoje na Galiza.
A iniciativa, explicou a organização, a cargo da Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC) realizou-se de forma “mais contida”, como forma de solidariedade para com as famílias das vítimas do descarrilamento do comboio “Celta” na localidade galega de O Porriño (Pontevedra), que faz a ligação internacional entre o Porto e Vigo.
O acidente, cujas causas ainda não são conhecidas, provocou esta manhã quatro mortes e 49 feridos.
A organização justificou “uma ação mais cometida” pelo facto de “envolver as mesmas entidades que desde 2011 têm lutado por aquela ligação ferroviária e pela modernização da Linha do Minho”.
“Lamentamos profundamente este trágico acidente que já vai com algumas vítimas mortais”, afirmou o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho e ex-líder da associação Eixo Atlântico, José Maria Costa.
O socialista, que é também presidente da Câmara de Viana do Castelo apresentou “condolências às famílias enlutas”, recordou que a “luta” de autarcas e empresários da região pela modernização daquela linha começou em 2011 por considerarem que “cumpre um papel muito importante”.
“Infelizmente este acidente vem reforçar o que dizíamos. É necessário modernizar a Linha do Minho. Para além da modernização do material circulante, que é preciso ser mais novo, estão também as condições de segurança. Constava no projeto de modernização ter um sistema de segurança mais moderno e mais eficaz”.
José Maria Costa expressou “uma palavra de grande sentimento e de condolências aos nossos irmãos da Galiza”.
“É um dia muito triste para nós mas esperamos que, depois desta tragédia, haja, de facto, uma aceleração do que todos pretendemos. Que rapidamente esta via seja modernizada, eletrificada e que tenha melhores condições de segurança para todos os que a utilizam”, referiu.
Questionado, referiu ter informações do Ministério do Planeamento e Infraestruturas que apontam “o final do mês de setembro” para “a adjudicação da primeira empreitada” de modernização daquela ligação ferroviária e que serão “agora ser lançados novos concursos”, sem especificar quando e quais.
Em março passado a Infraestruturas de Portugal (IP) prorrogou para maio o prazo para entrega de propostas ao concurso público para a eletrificação do troço ferroviário Nine-Viana do Castelo, na Linha do Minho.
Aquela decisão foi justificada com a “alteração de peças do procedimento, que a IP considera essenciais para a sua boa compreensão”.
O prazo inicialmente fixado para a entrega de propostas à empreitada de eletrificação Linha do Minho entre Nine e Viana do Castelo, inclusive, incluindo estações técnicas, terminava a 29 de abril.
O lançamento do concurso público para a eletrificação do troço ferroviário Nine-Viana do Castelo, na Linha do Minho, foi aprovado pela IP no passado dia 29 de fevereiro e publicado em DR no dia 01 de março, numa empreitada que tem um valor base de concurso de 21,5 milhões de euros.
O comboio “Celta”, que hoje de manhã descarrilou em Porriño, Pontevedra, em Espanha, iniciou a sua exploração comercial em julho de 2013, assegurando uma ligação rápida entre Vigo e Porto, com paragens em Valença, Viana do Castelo e Nine.
Com bilhete único com o preço de 14,75 euros, esta ligação partilhada pela portuguesa CP e a pela espanhola Renfe, veio permitir percorrer os 175 quilómetros que separam as cidades em duas horas e 15 minutos, quando anteriormente a ligação demorava mais de três horas.
Desde novembro de 2014 que o Celta conta com automotoras 592.200 que lhe permitem atingir uma velocidade máxima de 140 quilómetros por hora (contra os 120 anteriores) e possuem freio electropneumático.
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